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Tacla Durán faz declarações em rede social após denúncias contra Lava Jato

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O ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Durán, que em depoimento nesta quinta-feira (30) declarou que foi extorquido pela força-tarefa da Lava Jato, movimentou um perfil no Twitter nesta semana. Duran mandou um recado ao ex-procurador Marcelo Miller, que, segundo Tacla Duran, lhe propôs uma "delação à la carte", em que ele deveria entregar alvos desejados pelo Ministério Público. 

"Olha quem me chama de criminoso e oportunista! O procurador que faz JOGO DUPLO e chama crime de LAMBANÇA. Perdeu o emprego de advogado mas não o 'cacoete' de procurador", escreveu no Twitter.

No depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da JBS da Câmara dos Deputados, ele afirmou que o advogado de Curitiba Carlos Zucolotto, amigo de Moro, teria proposto a redução de multa à empreiteira com a condição de que US$ 5 milhões fossem para uma conta bancária em Andorra.

"Percebi que as preocupações eram estritamente financeiras", afirmou Tacla Durán, que, em seguida, confirmou um questionamento do deputado Wadih Damous (PT-RJ), que estava presente na sessão da CPMI. O parlamentar lembrou reportagem da colunista Monica Bergamo, na Folha de S.Paulo, em que Tacla Durán denunciava o recebimento de uma proposta "por fora". "É isso", confirmou o advogado da Odebrecht.

"Eu não aceitei porque me senti constrangido. O valor seria para ele e para quem estava ajudando ele. E seria pago em troca da atuação dele no caso", completou o advogado, acrescentando que não sabia quem seria a pessoa que estava auxiliando Zucolotto.

Durán frisou que Carlos Zucolotto tem boas relações com membros do Ministério Público e do Judiciário em Curitiba. Zucolotto nega ter feito a proposta, mas Tacla Durán apresentou à CPI perícia encomendada por ele que supostamente comprova a autenticidade de mensagens trocadas entre os dois em um aplicativo na internet.

>> Amigo de Moro pediu dinheiro "por fora" para reduzir multa, diz Tacla Duran

"Eu MORO com ele"

Enquanto Duran começa a fazer declarações em rede social, a advogada Rosângela Wolff Moro, casada com o juiz federal Sérgio Moro, divulgou nesta quinta-feira (30) que vai retirar do ar a página que mantêm no Facebook "Eu MORO com ele", em apoio ao marido. A página servia para divulgar mensagens de admiradores do magistrado, e também foi usada pelo juiz federal para agradecer o apoio ao trabalho na Lava Jato. 

Rosângela publicou uma mensagem de despedida, dizendo que "a página cumpriu seu papel", e pediu que os eleitores votem com consciência em 2018. "Vote consciente! Seu voto pode mudar muito, muito mais que a Lava Jato!"

Confira a mensagem publicada por Rosângela Wolff Moro:

É chegada a hora da despedida. EuMoroComEle vai sair da rede. A página cumpriu seu papel. Ela foi criada para agradecer cada manifestação de apoio recebida e assim, eu e a Cláudia Vasconcelos Pires, administradoras da página, tentamos fazer. Mas antes, precisamos lembrar que: 1. O apoio de todos foi fundamental pelos momentos difíceis, 2. Meus dias de clausura ficaram amenos porque estive muito bem acompanhada por cada um de vocês, 3. Todas, absolutamente todas as lembranças recebidas serão eternamente guardadas; 4. A corrupção destrói nosso país, 5. A justiça é para todos; 6. O Brasil precisa de instituições fortes, 7. O parlamento precisa se mostrar efetivamente contrário à corrupção; 8. A lei não pode ser alterada para resultar em Impunidade, 9. Vote consciente! Seu voto pode mudar muito, muito mais que a Lava Jato! E, finalmente, 10. Vamos fazer uma retrospectiva com os nossos melhores momentos. OBRIGADA! OBRIGADA! OBRIGADA!