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'Financial Times': Investigações contra a corrupção correm risco de sabotagem

Jornal cita caso do tucano Aécio Neves e de deputados do PMDB do Rio

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A "inovadora" cruzada anti-corrupção do Brasil corre o risco de ser sabotada por interesses políticos entrincheirados, alerta o procurador Deltan Dallagnol no Financial Times, em matéria escrita por Andres Schipani. 

O jornal inglês destaca que a chamada Lava Jato já realizou 110 condenações, incluindo a do ex-presidente Lula, "o presidente mais popular da história recente do país", além de figuras que antes eram consideradas inalcançáveis, como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, e o ex-presidente da Odebrecht, "maior companhia de construção da América Latina", Marcelo Odebrecht. 

"Mas apesar da popularidades das investigações entre brasileiros comuns, 'uma reação está crescendo em intensidade', Deltan Dallagnol, procurador federal à frente do movimento anti-corrupção, contou ao Financial Times."

Dallagnol declarou à publicação que interesses poderosos, da presidência ao Congresso, se unem para diluir a investigação, ou mesmo interrompê-la. 

O caso do senador tucano Aécio Neves e de parlamentares do PMDB no Rio de Janeiro ganham destaque no jornal. "Em outubro, senadores se uniram para permitir que um deles, Aécio Neves, permanecesse no cargo depois de ser pego em gravações discutindo propina com um empresário. Na semana passada, o Legislativo do Rio de Janeiro derrubou a decisão do tribunal que colocou seu presidente na prisão, e recentemente houve a controversa troca do chefe da Polícia Federal", escreve o FT.

O jornal não deixa, contudo, de frisar as críticas que Dallagnol e o juiz federal Sérgio Moro têm recebido, de que estariam realizando investigações, prisões e condenações arbitrárias,  a partir de "barganhas" e de conclusões próprias. 

>> Brazil graft probe at risk of sabotage