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'Reforma não vai gerar emprego e vai precarizar condições de trabalho', diz presidente da CNTA

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A nova lei trabalhista entra em vigor no próximo dia 11 de novembro, mas as confederações de trabalhadores criticam a reforma e ameaçam uma greve. A Sputnik Brasil conversou com exclusividade com o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins sobre a resistência à reforma trabalhista.

Na última terça-feira (7), as Confederações de Trabalhadores se reuniram na Assembleia Geral Ordinária da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA), em Brasília, evento que reúne dirigentes sindicais de todo o país para tratar da questão da reforma trabalhista e das ações a serem tomadas para barrar a implantação nas novas regras nas empresas.

Sobre este assunto, a Sputnik Brasil conversou com exclusividade com o Presidente da CNTA Afins, Artur Bueno de Camargo, que afirmou que as confederações dos trabalhadores não vão aceitar que as representações empresariais apliquem as novas regras trabalhistas e que estão dispostos a entrar em greve e recorrer à Justiça.

"A nossa Confederação Nacional de Trabalhadores das Indústrias de Alimentação, que congrega 1 milhão e 600 mil trabalhadores de nosso país e nós temos 320 sindicatos filiados, tomamos a decisão que nós vamos resistir à aplicação de todos os itens dessa reforma trabalhista", disse. 

"Primeiro, é uma reforma trabalhista que não foi discutida com a representação da sociedade brasileira. Foi uma reforma colocada para o Congresso Nacional e o presidente da República, inclusive, comprando os parlamentares, comprando votos de parlamentares para aprovar uma reforma trabalhista, que, primeiro, não vai gerar nenhum emprego, vai precarizar as condições de trabalho e, além disso, ela desmonta o movimento sindical, porque ela tira a possibilidade do movimento sindical ter uma negociação com as representações empresariais e deixa o trabalhador totalmente desamparado de representação", frisou. 

Ele citou as formas de resistência das centrais sindicais à aplicação da reforma trabalhista, argumentando que os itens do projeto são inconstitucionais.

"Nós vamos atuar em vários campos. Vamos atuar na questão política. Se for necessário, nós vamos estar paralisando as empresas e, por outro lado, nós vamos também atuar na questão jurídica entrando com ações na 1ª instância, inclusive dizendo que nós entendemos que estes itens são inconstitucionais, porque nós não podemos admitir que o trabalhador tenha um contrato de trabalho assinado por no máximo 8 horas de trabalho e aí vem uma lei e diz que o seu contrato não vale mais nada", observou. 

Segundo ele, houve uma falta de diálogo para se debater a questão. O projeto saiu da Câmara e foi para o Senado com 117 artigos alterados e 320 dispositivos. "Como se debate tudo isso em um prazo de 20 dias?", questiona.

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