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Protesto pede 'liberdade' a Battisti em frente a consulado

Grupo de cerca de 10 pessoas realizou manifestação em São Paulo

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Cerca de 10 pessoas se reuniram nesta terça-feira (24) na Avenida Paulista, em frente ao Consulado-Geral da Itália em São Paulo, para protestar contra a eventual extradição de Cesare Battisti.

O ato foi organizado por membros da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), que estenderam uma faixa pedindo "liberdade" para o italiano. Além disso, os sindicalistas entregaram a um carabineiro do Consulado uma carta com suas reivindicações.

"O governo Temer subiu ao poder no Brasil a partir de um golpe institucional contra o governo Dilma para restringir as liberdades democráticas no país. Extraditar o Cesare, que é um símbolo da luta democrática, significa um avanço na repressão em nosso país", afirmou Adriano Favarin, que disse acreditar na inocência de Battisti, condenado na Itália à prisão perpétua por terrorismo e quatro assassinatos cometidos nos anos 1970.

Segundo o sindicalista, o italiano é uma vítima da "ditadura civil" que ele atribui ao país europeu na década de 1970, ainda que os mais variados governos já tenham lutado por sua extradição desde então.

"Na verdade, é uma luta que o Cesare levou à frente não somente contra um governo específico, mas contra o Estado italiano, um Estado capitalista. É uma perseguição do Estado da Itália, não apenas de um governo ou de uma instituição. Qualquer governo que assuma na Itália tem como meta reprimir Cesare Battisti como símbolo dessa resistência", diz Favarin.

Na carta entregue no Consulado, os manifestantes alegam que o fato de Battisti estar em liberdade no Brasil não representa nenhum risco para o povo italiano e acusam o país europeu de querer interferir nas decisões do Estado brasileiro.

Battisti vive no Brasil desde 2004 e teve sua permanência no país determinada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, decisão depois referendada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No entanto, com a troca de governo, a Itália resolveu insistir em sua extradição, que já teria recebido aval do presidente Michel Temer.

O Palácio do Planalto estaria aguardando apenas o julgamento da ação impetrada pela defesa do italiano no STF para anunciar sua decisão.