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Após buscas, PF leva malotes do gabinete do deputado Lúcio Vieira Lima

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Depois de quatro horas de trabalho, policiais federais deixaram, às 10h45 desta segunda-feira (16), o gabinete do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), na Câmara, onde realizaram operação de busca e apreensão, a pedido da Procuradoria Geral da República. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.

O parlamentar é irmão do ex-deputado e ex-ministro Geddel Vieira Lima, que está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Geddel é suspeito de ser dono de R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador.

O gabinete de Lúcio é o de número 612 e fica no Anexo 4 da Câmara. Servidores do Congresso Nacional que viram os policiais federais deixando o prédio disseram que eles levavam malas e malotes com material apreendido.

Mesmo depois da saída dos policiais federais, o gabinete do parlamentar permanece fechado e não se sabe se ele está em Brasília, Salvador ou em outra cidade.

Além do gabinete do deputado, também há buscas na residência de Lúcio Vieira Lima em Brasília e no apartamento em que ele vive com a família em Salvador.

Segundo a decisão do juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, "não se pode excluir de plano a participação de Lúcio Vieira Lima no ilícito de lavagem de dinheiro".

Geddel é investigado na Operação Cui Bono, que apura desvios de recursos na Caixa Econômica Federal. A primeira fase foi deflagrada em 13 de janeiro deste ano e investigou um esquema de fraude na liberação de créditos no período entre 2011 e 2013.

De acordo com a investigação, entre março de 2011 e dezembro de 2013, a vice-presidência de pessoa jurídica da instituição era ocupada por Geddel Vieira Lima. 

Além das residências e do gabinete do irmão de Geddel, outro alvo dos mandados é Job Ribeiro Brandão, secretário parlamentar lotado no gabinete de Lúcio Vieira Lima. Brandão se tornou alvo da Polícia Federal porque os investigadores encontraram digitais dele no apartamento em que estavam escondidos os R$ 51 milhões e até em parte do dinheiro.

O Ministério Público Federal destaca que as medidas cautelares são um desdobramento das investigações que apuram a origem e a responsabilidade por R$ 51 milhões apreendidos, em Salvador, no dia 5 de setembro. Ainda segundo o MPF, o envio do caso ao STF deu-se em consequência de os investigadores terem encontrado indícios de envolvimento do parlamentar no recolhimento e guarda do dinheiro. Na época, Geddel teve a prisão preventiva decretada pela 10ª Vara Federal de Brasília e, atualmente, está detido no complexo penitenciário da Papuda.

Além das cautelares, a procuradora-geral da República também pediu que as investigações relativas à Operação Cui Bono, que apura irregularidades na Caixa Econômica Federal, continuem na primeira instância.