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Bolsonaro é 'líder do ódio', diz Maria do Rosário ao STF

Deputado federal é réu por injúria e apologia ao crime de estupro

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A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) declarou nesta quarta-feira (23) que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem atuado como um "líder do ódio". "No Brasil a cada 11 minutos uma mulher é estuprada. Tratar o estupro como algo banal em que o homem decide se a mulher merece ou não, é realmente condenar a vítima", afirmou a deputada. "Ele tem sido um líder do ódio", completou.

A parlamentar prestou depoimento, por cerca de uma hora, na ação penal em que Bolsonaro é réu e que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), na qual ele responde por crime de incitação ao estupro. 

Em 2014, Bolsonaro disse a Maria do Rosário que não a estupraria porque "ela não merece", após discurso feito por ela no plenário da Câmara, sobre a Comissão da Verdade e as investigações dos crimes da ditadura militar. 

"Fique aí, Maria do Rosário. Há poucos dias você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não estuprava você porque você não merece. Fique aqui para ouvir", disse o deputado na ocasião. Ele chegou a reafirmar a declaração em entrevista.

Bolsonaro foi acusado de incitação ao crime de estupro e, em junho de 2016, virou réu no Supremo. O tribunal também acolheu uma queixa-crime contra ele por injúria. Fora do STF, em uma ação cível, Bolsonaro foi condenado em primeira instância a indenizar Maria do Rosário em R$ 10 mil, em 2015. Ele recorreu e perdeu. O TJ-DF determinou que ele publicasse uma retratação em jornal de grande circulação, na sua página no Facebook, no Youtube e no blog, disponível para acesso por, no mínimo, um mês. Bolsonaro recorreu ao STJ e também perdeu.

>> STJ confirma condenação de Bolsonaro por danos morais a Maria do Rosário