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Moro mandar soltar Cândido Vacarezza

Ex-deputado petista terá de pagar fiança de R$ 1,5 milhão

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O juiz federal Sérgio Moro determinou, nesta terça-feira (22), que o ex-deputado federal Cândido Vaccarezza seja solto. Ele está detido temporariamente na carceragem da PF na capital paranaense desde que foi preso, na última sexta-feira (18), durante a Operação Abate, 44ª fase da Operação Lava Jato.

Sérgio Moro soltou Cândido Vaccarezza sob fiança de R$ 1,5 milhão e determinou cinco medidas cautelares: a proibição de deixar o país, com entrega do passaporte em 48 horas; de mudança de endereço sem autorização da Justiça; de contato com outros investigados; proibição do exercício de cargo ou função pública na Administração Pública direta ou indireta; e compromisso de comparecimento a todos os atos do processo.

O ex-parlamentar tinha uma biópsia de próstata marcada devido à constatação de uma alteração na glândula.  “No contexto do agendamento referido exame, este Juízo reputa, por ora, mais adequado impor medidas cautelares alternativas ao invés da prisão preventiva requerida. As medidas alternativas propiciarão tempo para o esclarecimento da situação de saúde do investigado, para o aprofundamento das investigações, inclusive quanto à origem do dinheiro em espécie encontrado e quanto ao eventual envolvimento do investigado em outros crimes contra a Petrobrás”, escreveu Moro no documento de soltura.

Vaccarezza é suspeito de ter recebido recurso ilícito para facilitar a contratação de empresas estrangeiras pela Petrobras. A PF e o Ministério Público Federal (MPF) afirmam que ele teria recebido cerca de US$ 430 mil em propina para cada contrato celebrado entre a petrolífera e a Sargeant Marine, dos Estados Unidos, entre 2010 e 2013.

Segundo a investigação, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o Partido dos Trabalhadores (PT) foram os outros beneficiários das propinas pagas nesse esquema. A ação criminosa resultou na celebração de doze contratos entre a Petrobras e a Sargeant Marine, que renderam cerca de US$ 180 milhões à empresa norte-americana.

Durante a deflagração da Operação Abate, os agentes encontraram cerca de R$ 122 mil em espécie na casa do ex-deputado. No momento da prisão, ele não soube justificar a origem do dinheiro.