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'Council on Foreign Relations': Horizonte político do Brasil é nebuloso 

Artigo descreve clima de incertezas econômicas e escândalos de corrupção

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A Council on Foreign Relations publicou um artigo nesta quarta-feira (9) sobre o cenário político e econômico do Brasil. O Conselho de Relações Exteriores (CFR - Concil of Foreign Relations, em inglês) é uma organização não governamental, apartidária. Esta instituição que ha mais de 70 anos luta por causas mundiais de saúde, meio-ambiente e educação, tem como um de seus membros a atriz Angelina Jolie. 

Vale destacar que esta organização foi criada após as difíceis negociações na Conferência de Paz de Paris, 1919, quando um grupo de diplomatas, investidores, militares e advogados concluiu que os americanos precisavam estar mais bem preparados para tomar decisões em assuntos de âmbito mundial importantes. Com isto em mente, eles fundaram o Conselho de Relações Exteriores em 1921 para oficializar e organizar de forma mais profissional e humana as questões internacionais que afetam os Estados Unidos, reunindo especialistas em política, finanças, indústria, educação e ciência.

O texto afirma que o Brasil está confuso, com insatisfação dos eleitores sem precedentes, mas sem um caminho claro para sair da crise. Os mercados aclamaram a decisão do Congresso na semana passada pelo arquivamento do processo contra o presidente Temer em acusações de corrupção. Mas foi uma vitória pírrica, vindo apenas por causa de um grande número de concessões pagas aos deputados.

"As reformas econômicas que Temer prometeu como uma forma de justificar sua presidência parecem mais longe do que nunca, e o governo está perdendo seus objetivos fiscais que já não eram ambiciosos para este ano. Enquanto isso, o procurador geral Rodrigo Janot tem sugerido que poderia apresentar novas acusações contra Temer antes do final de setembro, deixando no ar um clima de incertezas sobre o drama político que vem consumindo Brasília."

O editorial do CFR analisa que Mesmo que Temer enfrente novas acusações e saio ileso, a situação não é melhor para o ex-presidente Lula, do Partido dos Trabalhadores (PT). Fala-se que existe grande probabilidade  da sentença imposta pelo juiz Sérgio Moro seja confirmada quando o recurso for julgado no próximo ano. De acordo com os termos da Clean Slate Law, a condenação pelo tribunal de recursos significa que Lula será inelegível, ou seja, impossibilitado de concorrer à presidência; Mesmo que, por algum milagre, ele pudesse sobreviver, outras cinco investigações de corrupção estão pendentes contra ele.

No Brasil, ninguém consegue dar uma explicação convincente do que tudo isso significa para as eleições de 2018, acrescenta o noticiário. Muitos brasileiros parecem aguardar por uma figura de fora do meio politico para salvar a pátria. 

Mesmo um estranho, no entanto, teria dificuldade em atender as demandas dos brasileiros. As pesquisas mostram que os brasileiros acreditam que a situação econômica e a corrupção são os dois principais problemas que o país enfrenta. No entanto, um rápido olhar para dois votos recentes no Congresso mostra que os representantes terão grandes dificuldades em atender simultaneamente as reformas anticorrupção e as reformas econômicas que os brasileiros estão exigindo.

Em votos recentes sobre as duas questões, os deputados a favor da reforma trabalhista apoiaram Temer contra o Estado de Direito, enquanto os deputados que votaram contra a reforma trabalhista são anti-Temer.

Embora o PT tenha votado como um bloco contra Temer, a divisão do Congresso no julgamento de Temer não era apenas uma dinâmica Temer vs. PT: de fato, dado que 40% dos legisladores estão sob investigação judicial, muitos deputados que votaram contra Temer esperavam queimar Credenciais imperfeitas de anticorrupção, enquanto que até partidos dentro da coalizão de Temer, como o PSDB, dividiram o meio.

Em suma, embora os brasileiros pareçam ansiosos por mudanças, não existe uma base coesa no Congresso a favor de reformas do Estado de Direito e reformas econômicas. Os brasileiros estão muito cansados ??para ir para as ruas exigir mudanças, como fizeram entre 2013 e 2016. Mas também podem estar mais passivos porque não existe nada certo sobre as reformas, além da falta de líderes capazes de oferecer soluções credíveis sobre o melhor caminho para sair do mal-estar econômico combinado ao nevoeiro político que se encontra o Brasil.

> > Council on Foreign Relations