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Em delação, Funaro deve confirmar propina para eleição de Cunha na Câmara

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O doleiro Lúcio Funaro, que está em negociações adiantadas para sua delação premiada, deverá falar sobre o suposto esquema montado para a eleição do deputado cassado Eduardo Cunha à presidência da Câmara. De acordo com o Estado de S. Paulo, Funaro irá confirmar o que disse o empresário Joesley Batista, também em colaboração, de que o dinheiro veio da JBS. Joesley afirma que deu R$ 30 milhões para Cunha “sair comprando um monte de deputado Brasil a fora. Para isso que servia esses R$ 30 milhões”. Na ocasião, fevereiro de 2015, Cunha foi eleito em primeiro turno e com o apoio de 267 deputados.

Temperamento imprevisível e explosivo

A iminente delação de Funaro tem feito o Planalto ligar o sinal de alerta. O conhecido temperamento explosivo do ex-sócio de Eduardo Cunha preocupa, e deixa o cenário ainda mais imprevisível para o governo Michel Temer.  

Um dos depoimentos de Funaro - que afirma ter entregue pessoalmente malas de dinheiro ao ex-ministro Geddel Vieira Lima - resultou na prisão de um dos homem de confiança de Temer, afastado do governo após denúncias de tráfico de influência, e preso acusado de obstrução de investigação sobre irregularidades na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal.

Temer enfrenta denúncia da Procuradoria-Geral da República de corrupção passiva, no âmbito das conversas gravadas com o empresário Joesley Batista, da JBS. A Câmara vai votar, no dia 2 de agosto, parecer sobre a denúncia, autorizando ou não o Supremo Tribunal Federal a dar prosseguimento no processo. Até lá, interlocutores do Planalto temem que fatos novos possam piorar ainda mais a situação de Temer.

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