Matéria publicada nesta terça-feira (25) pelo jornal Le Figaro afirma que vários grupos ambientalistas acusaram o presidente do Brasil Michel Temer de tomar medidas que ameaçam a floresta amazônica para garantir o apoio do poderoso lobby do agronegócio no Parlamento, já que está enfrentando acusações de corrupção, em meio a acusações de corrupção.
Segundo a reportagem o Chefe de Estado recentemente implementou um programa que pretende regularizar a ocupação ilegal de terras em grandes áreas de proteção ambiental.
Para os ambientalistas, esse desmatamento poderia reduzir o nível de proteção de santuários naturais do Brasil, acrescenta.
O presidente sancionou nos últimos dias um programa para legalizar terras federais invadidas em áreas protegidas e deu o aval ao congelamento da cessão de títulos de propriedade para índios e descendentes de escravos, informa o diário financeiro.
"Enfrentamos um lobby do agronegócio ofensivo no Parlamento", disse à AFP Elis Araujo, pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
"Este lobby está tentando reduzir o nível de proteção de muitos territórios e erguer barreiras ao reconhecimento dos territórios das comunidades tradicionais. Eles têm muita influência no governo", lamenta.
Para Ms. Araujo, proteção ambiental tornou-se "uma moeda de troca".
Primeiro presidente brasileiro indiciado por corrupção, Temer está envolvida há mais de um mês em intensas negociações políticas para salvar o seu mandato, destaca Le Figaro.
Ele deve evitar a todo o custo que dois terços dos deputados (342 votos de um total de 513) aprovem que seu caso siga para a Suprema Corte, que podem decidir pela sua saída.
A votação será na próxima semana e a bancada ruralista é composta por 211 parlamentares, o suficiente para manter o presidente em seu cargo.
Para os ambientalistas, a legalização da ocupação de terras, apresentada pelo governo como uma oportunidade para regular a atividade dos pequenos agricultores, também pode estimular a violência por grandes proprietários, ressalta Le Figaro.
A Comissão Pastoral da Terra, que defende os trabalhadores rurais, já contabilizou 37 mortes ao longo de 2017, finaliza.