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Eduardo Cunha fica calado durante depoimento à PF, em Curitiba

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O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha ficou calado nesta sexta-feira (14), durante o depoimento à Polícia federal no âmbito da Operação Cui Bono, em Curitiba. A investigação apura esquema de fraudes na Caixa Econômica Federal.

O advogado de Cunha negou que o ex-deputado estaria negociando delação premiada. Contudo, muitos condenados na Lava Jato optam por ficar em silêncio em depoimento à PF justamente para não atrapalhar as negociações da delação.

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Além de Cunha, também são investigados na Cui Bono o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o doleiro Lúcio Funaro. A investigação apura suposto esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal entre os anos de 2011 e 2013 – período em que Geddel ocupou a vice-presidência de Pessoa Jurídica do banco.

Deflagrada em 13 de janeiro, a investigação teve origem na análise de conversas registradas em um aparelho de telefone celular apreendido na casa do então deputado Eduardo Cunha. O teor das mensagens indicam que Cunha e Geddel atuavam para garantir a liberação de recursos por vários setores da CEF a empresas, que, após o recebimento, pagavam vantagens indevidas aos dois e a outros integrantes do esquema, entre eles Fábio Cleto. Cleto, que ocupou por indicação de Eduardo Cunha a vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias, foi quem forneceu as primeiras informações aos investigadores. Em meados do ano passado, ele fechou acordo de colaboração premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR).

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), em conversas datadas de 2012, por exemplo, os envolvidos revelam detalhes de como agiram para viabilizar a liberação de recursos para sete empresas e um partido político. Entre os beneficiados do esquema ilícito aparecem companhias controladas pela holding J&F, cujos acionistas firmaram recentemente acordo com o MPF. O aprofundamento dos indícios descobertos com a análise do conteúdo armazenado no aparelho telefônico apreendido permitiu aos investigadores constatarem intensa e efetiva participação de Geddel Vieira Lima no esquema criminoso.