Após ser afastado do mandato parlamentar no mês passado por determinação do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o senador tucano Aécio Neves vem tendo cada vez mais dificuldades com a Justiça, desde que se tornaram públicas as delações de executivos da empresa JBS que apontam o envolvimento dele com esquemas de corrupção. O cerco parece se fechar na mesma proporção em que se aproxima a data do seu julgamento no STF, marcado para a próxima terça-feira (20).
Nesta quinta-feira (15), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reforçou o pedido de prisão do tucano, por entender que o parlamentar continua exercendo funções políticas, contrariando a decisão do ministro do STF, Edson Fachin, que o afastou do cargo no dia 18 de maio. Como se não bastasse, Aécio também pode estar prestes a ser acusado em uma delação premiada feita por uma pessoa próxima a ele, de acordo com o colunista Lauro Jardim.
Janot citou uma postagem no Facebook feita por Aécio no dia 30 de maio, em que o senador afastado aparece em uma foto acompanhado de outros colegas de partido. Janot reiterou o pedido de afastamento por causa desta foto, que incluía a legenda escrita por Aécio: “Na pauta, votações no Congresso e a agenda política.” Segundo Janot, Aécio Neves faz “uso espúrio do poder político”.
Além disso, ao decidirem pela continuidade da prisão preventiva da irmã de Aécio Neves, Andrea Neves, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sinaliza o que pode ocorrer com o tucano nos próximos dias.
Assim como informou o JB nesta quarta-feira (14), as acusações que pesam sobre Aécio são mais pesadas do que as que pesam sobre Andrea. Dessa forma, o STF estaria mostrando coerência se determinasse a prisão do senador tucano.
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