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"O Congresso está comigo", diz Temer, duvidando de delação de Rocha Loures

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O presidente Michel Temer rebateu as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apresentou denúncia contra ele ao Supremo Tribunal Federal (STF), e disse que vai se manter no cargo porque sua situação é diferente do caso da ex-presidente Dilma Rousseff às vésperas do impeachment, no ano passado.

"O Congresso está comigo. A oposição que se faz não é quanto ao conteúdo das reformas, mas uma oposição política. A situação é completamente diferente", disse Temer, em entrevista à revista IstoÉ, acrescentando que não há manifestações contra ele nas ruas. "No impeachment da ex-presidente havia milhões de pessoas nas ruas", comparou o peemedebista.

Temer desconversou ao ser questionado sobre uma eventual mudança no comando da Polícia Federal. Nos últimos dias, após a nomeação de Torquato Jardim para o Ministério da Justiça, a oposição e entidades que defendem a Operação Lava Jato acusaram o governo de querer abafar as investigações. Segundo o peemedebista, "a decisão [de mudar a PF] é dele [ministro]".

"Quando ele me trouxer os argumentos eu vou examiná-los, mas a decisão é dele, avalizada por mim, sem dúvida nenhuma. (...) Fui secretário da Segurança Pública em São Paulo, duas vezes, e eu tinha que ter pessoas da minha confiança em certos cargos, então eu mudava delegado-geral, mudava o comando da Polícia Militar quando necessário. A mudança do diretor da PF vai depender do novo ministro", justificou Temer.

Alvo de inquérito por dar aval a Joesley Batista, dono da JBS, para que o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), preso na Lava Jato, recebesse uma mesada para não fazer delação, Temer disse duvidar que seu ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB) faça uma delação premiada. Rocha Loures foi flagrado pela Polícia Federal com uma mala contendo R$ 500 mil. Segundo as investigações, o montante foi dado pela JBS para pagamento a Eduardo Cunha.

"Não creio. Acho que ele é uma pessoa decente. Eu duvido que ele faça uma delação. E duvido que ele vá me denunciar. Primeiro, porque não seria verdade. Segundo, conhecendo-o, acho difícil que ele faça isso. Agora, nunca posso prever o que pode acontecer se eventualmente ele tiver um problema maior, e se as pessoas disserem para ele, como chegaram para o outro menino, o grampeador (Joesley): 'Olha, você terá vantagens tais e tais se você disser isso e aquilo'. Aí não posso garantir", disse Temer, explicando que o ponto-chave de sua defesa será "revelar o banditismo que levou a essa necessidade de defesa e que causou prejuízos ao país".

Veja na íntegra a entrevista de Temer à IstoÉ