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Oposição protesta e pede fim dos trabalhos na Câmara de Deputados

Parlamentares ocuparam Mesa Diretora exibindo cartaz de "Fora, Temer"

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Na tarde desta quarta-feira (24), os deputados de oposição ocuparam a Mesa Diretora da Câmara de Deputados erguendo uma faixa com os dizeres “Fora, Temer” e pedindo, em coro, a saída do presidente da República e eleições diretas.

A oposição cobrou do deputado Carlos Manato (SD-ES), que presidia os trabalhos, o encerramento da segunda sessão extraordinária desta quarta-feira (24) por conta do tumulto que tomou conta da Esplanada dos Ministérios, onde há enfrentamento entre manifestantes do movimento #ocupabrasília e policiais militares do Distrito Federal.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que uma manifestação, até então pacífica pela saída do presidente Michel Temer e por eleições diretas, foi “brutalmente atacada por forças policiais”. 

“Vários parlamentares que estavam no carro de som principal foram atingidos. Uma bomba foi jogada sobre o carro para intimidar lideranças sindicais”, disse Silva, cobrando de Manato o encerramento dos trabalhos. 

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também criticou a ação da polícia. “Tinha um aparato policial que eu nunca vi. Jogaram bomba no rosto de parlamentares, havia deputado passando mal, senadora passando mal”, contou Feghali também pedindo o fim da sessão. 

Apoiado no regimento

Em resposta, Manato disse que o regimento interno prevê como caso de suspensão dos trabalhos apenas tumulto grave dentro do Plenário. “Vou seguir o regimento da Casa. O regimento fala em tumulto grave, mas aqui dentro. Não estou vendo tumulto, não estou vendo briga. A sessão vai continuar”, respondeu Manato. 

O líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), insistiu. “Eu, para chegar aqui, levei uma hora, entupido de gás nos meus olhos. Cancelemos isso aqui agora. Tem vários parlamentares sendo atendidos. A decência nos manda [encerrar a sessão]”, disse Guimarães. 

O líder do PP, deputado Arthur Lira (AL), por sua vez, defendeu a posição de Manato e rebateu o líder da Minoria. “Eu ouvi do deputado André Figueiredo que 330 black blocks infiltrados começaram a confusão atirando pedra na polícia. E a polícia tem que se defender e defender a integridade de todos que fazem manifestação”, disse Lira, que ainda acusou Guimarães de mentir. 

“E aqui vem o Zé Guimarães, com toda a eloquência, mentir sobre o que ocorre lá fora. Prendam-se os black blocks e mantenham a integridade física dos parlamentares”, disse.

Na sequência, o 2º vice-presidente da Câmara dos Deputados, deputado André Fufuca (PP-MA), deu início à Ordem do Dia do Plenário mesmo com a manifestação da oposição. Logo após, o presidente da Casa, Rodrigo Maia, deu prosseguimento à sessão.

Está em debate a Medida Provisória 767/17, que aumenta as carências para concessão do auxílio-doença, da aposentadoria por invalidez e do salário-maternidade no caso de o segurado perder essa condição junto ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS) e retomá-la posteriormente.

Com Agência Câmara