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'The Economist': Denúncia contra Temer é 'escândalo muito carnudo'

Revista diz que atmosfera política deve se tornar mais tóxica

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Nesta sexta-fera (19) a revista britânica The Economist, que chega às bancas no fim de semana, traz na capa a seguinte manchete: "Um escândalo carnudo / Vazamento de gravações é um problema para Michel Temer".

A publicação semanal diz que o presidente havia conseguido evitar escândalos que envolvessem sua administração, apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter autorizado a investigação de oito ministros, além de senadores e deputados envolvidos nas investigações na Petrobrás.

A reportagem diz que no entanto, o presidente não era um alvo das investigações. Isso mudou de forma repentina agora com as denúncias de que Temer teria endossado o pagamento de dinheiro por silêncio a um político condenado por aceitar subornos. 

The Economist descreve o encontro do presidente com o empresário Joesley Batista, da JBS. A companhia é investigada por acusações de pagamento de propinas ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e o seu ramo de atividade. 

"Batista teria dito a Temer que ele estava pagando Cunha para ficar quieto e Temer supostamente respondeu: 'Você precisa manter isso, OK?'"

A gravação é parte de evidência coletada em um acordo de delação premiada que Batista acertou com os promotores, informa a revista, que ressalta a reação tumultuada no Brasil, com a apresentação de pedidos de impeachment, além de fortes quedas do real e do índice da Bolsa de Valores. 

The Economist analisa que a preocupação dos mercados é que o escândalo descarrilhe as reformas econômicas vitais que Temer introduziu depois de assumir o cargo da presidente da Dilma Rousseff, que sofreu impeachment em agosto passado. 

O noticiário lembra que o presidente já conseguiu congelar o aumento dos gastos do governo por 20 anos e está pressionando por uma reforma da Previdência – sem ela, o teto para as despesas perde o sentido - e outra no mercado de trabalho.

The Economist comenta que que as reformas não são populares, mas ajudam a restaurar a confiança em uma economia que permanece atolada em sua pior recessão. A perspectiva é que as revelações atrasarão as reformas, se não as pararem completamente, acrescenta.

A revista conclui "ser demasiado cedo para esperar que Temer seja forçado a deixar o cargo"e explica que a avaliação positiva do presidente já era de apenas 20% e agora deve afundar ainda mais. 

> > The Economist