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Governo federal anuncia reforço da Força Nacional e da PRF no Rio

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Nesta quarta-feira (3), o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, anunciou que homens da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal serão enviados ao Rio de Janeiro para atuar na segurança do estado, que atravessa uma grave crise.

Segundo o ministro, a decisão foi tomada em reunião com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto. O presidente ligou durante a conversa para o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, que havia solicitado o reforço de homens.

"Já dispomos de 125 integrantes [da Força Nacional no Rio] e iremos reforçar essa participação através de mais 100 neste primeiro momento. E também há um pleito relativo à Polícia Rodoviária Federal", afirmou Serraglio em pronunciamento no Palácio do Planalto.

Ônibus e caminhões queimados 

Na terça-feira (3), uma ação coordenada de criminosos levou pânico a motoristas em vias da Baixada Fluminense. Oito ônibus e dois caminhões foram queimados. Segundo o chefe de Polícia, delegado Carlos Leba, o comando da ação de traficantes para invadirem a comunidade da Cidade Alta, em Cordovil, zona norte do Rio, e para a queima dos veículos veio de presídios federais localizados fora do estado. Durante a ação da polícia contra os criminosos 46 pessoas foram presas e 32 fuzis e seis pistolas foram apreendidos.

“A invasão foi decidida de dentro da cadeia, com ordem para [presos] recém-saídos [executarem]. Quem determinou não é uma pessoa só. Faz parte de uma cúpula, e está preso, fora do estado. Consegue passar ordem para a ação de pessoas que saíram recentemente da cadeia”, revelou Leba.

O secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, explicou que houve ordem para uma facção criminosa do Rio invadir e retomar a área da Cidade Alta, que já foi de seu controle no passado, perdida para integrantes do atual grupo criminoso rival. Segundo Roberto Sá, a operação policial foi exitosa, apesar de três policiais feridos, sem gravidade, e a morte de duas pessoas suspeitas de ligação com o tráfico.

“A Polícia Civil já identificou alguns mandantes do crimes. Eles serão indiciados, provavelmente denunciados e presos. Estão identificando pessoas que incendiaram os ônibus e fazendo o mapeamento das armas, uma a uma”, contou Sá.

Ele pediu uma legislação penal mais dura, classificando de “ridículas” as penas para quem porta fuzil ou queima ônibus. “A polícia precisa trabalhar sob a égide de uma legislação que imponha às pessoas noção da punição. É preciso que outros entes e poderes deem instrumentos para a polícia trabalhar. Eu falo de uma polícia que está sem receber o décimo-terceiro [salário], sem receber o sistema de metas e que vai completar um ano sem receber o RAS Olímpico [Regime Adicional de Serviço, hora-extra por trabalho na Olimpíada]”, disse Sá.

O secretário negou que criminosos de São Paulo estejam infiltrados territorialmente no Rio, mas admitiu que há interesse deles em vender armas para os grupos criminosos locais. Atualmente, segundo Sá, eles têm mais interesse em controlar a fronteira com o Paraguai, de onde vêm boa parte das drogas e das armas que entram no Brasil.