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Depois de Hong Kong, UE, China e Chile, Japão suspende carne brasileira

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Depois de Hong Kong, maior importador de carne brasileira, anunciar o bloqueio da comercialização, e a União Europeia, a China e o Chile anunciarem restrições ao produto brasileiro, o Japão comunicou na noite desta terça-feira (21) a suspensão da importação de carnes dos 21 frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca.

Em nota, a Embaixada do Japão informou que a suspensão seguirá "até novas notificações".

O Japão comprou US$ 747 milhões de carne brasileira em 2016, com peso maior sobre o frango, e vem a ser o quinto maior importador.

Mais cedo, o Ministério da Agricultura do governo de Michel Temer confirmou que Hong Kong proibiu importações de carne brasileira. No último domingo (19), Temer promoveu uma reunião com embaixadores de países importadores, para lidar com os efeitos da Operação Carne Fraca deflagrada pela PF na semana passada, que apontou fraudes em frigoríficos do país.

Hong Kong é o maior importador de carne bovina do Brasil e ocupa a segunda posição em compra de carne de porco.

China, União Europeia e Chile também anunciaram restrições ao produto brasileiro. A Coreia do Sul, sétima maior compradora do país, tinha anunciado a proibição temporária de produtos de frango da BRF, das marcas Sadia e Perdigão, mas voltou atrás. O país, contudo, intensificou a fiscalização do produto brasileiro.

“Evidentemente isso [irregularidades apontadas pela Operação Carne Fraca] causa embaraço fora do país. Alguns pensam ou pensaram em suspender [a importação de carne brasileira]. Hoje tive uma boa notícia, que a Coreia do Sul, que antes havia pensado em suspender, hoje eliminou a suspensão. Exata e precisamente, penso eu, em função da pronta resposta e dos esclarecimentos das autoridades brasileiros”, disse Michel Temer. 

Depois do anúncio das restrições, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, anunciou a suspensão da licença de exportação de 21 plantas de frigoríficos sob investigação na operação Carne Fraca, deflagrada na semana passado, mas afirmou que continuará a permitir a venda dos produtos no mercado interno.

“[A restrição seria] um desastre. Com toda certeza, um desastre, porque a China é um grande importador nosso. A Comunidade Europeia, além de ser o nosso segundo ponto de importação, é também o nosso cartão de visitas”, ressaltou o ministro à imprensa.

“Quem vende para Europa vende para muitos países que, muitas vezes, nem pedem fiscalização nossa, pois sabem que temos um sistema bom. Eu torço, eu rezo, eu penso, eu trabalho para que isso não venha a acontecer”, completou Maggi.

Para o ministro, a preocupação com o mercado externo se deve à dificuldade de reabertura caso haja alguma medida mais rígida. “Uma vez que haja o fechamento de um mercado desses, para reabrir, serão muitos anos de trabalho. A nossa preocupação neste momento é não deixar sem resposta todos os pedidos de informação que o mercado internacional está nos pedindo”, disse Maggi. 

A China, segunda maior compradora de carne do Brasil, não desembarcará as carnes importadas do Brasil e recomendou a importadores que mantenham qualquer produto sem inspeção em depósitos.

Porta-voz da União Europeia destacou em evento em Bruxelas, nesta segunda-feira, que o grupo está em "processo" de garantir que as empresas implicadas nas investigações tenham importação suspensa. Ele não deu prazos para a conclusão deste processo, mas pediu que os países-membros da UE fiquem vigilantes em relação à carne brasileira.

Segundo Maggi, a União Europeia suspendeu a entrada, nos países que compõem o bloco, de carne de quatro frigoríficos sob investigação na operação. “A Comunidade Europeia já comunicou oficialmente que não tomará nenhuma atitude contra o Brasil, a não ser sobre as 21 plantas que estão sob suspeita sendo investigadas.”

Maggi informou também que o Egito comunicou a pasta sobre a possibilidade de suspender as compras de carne brasileira e que a Rússia observa a reação da União Europeia.

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