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Marcos Valério tenta nova delação com Aécio Neves como alvo

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O publicitário Marcos Valério está tentando um novo acordo de delação premiada com o Ministério Público de Minas Gerais, segundo a coluna Painel da Folha de S.Paulo desta quarta-feira (15). O principal alvo da delação de Valério é o senador Aécio Neves (PSDB-MG). 

Tucanos acreditam que o PT mineiro está influenciando as intenções de Valério. Por isso, o PSDB de Minas vai entrar com uma queixa-crime contra o publicitário, alegando que as informações prestadas por ele ao Ministério Público são falsas.

Em junho do ano passado, em outra tentativa de firmar acordo de delação, circularam informações de que as denúncias feitas por Valério ao MP atingiam Aécio Neves e o senador Clésio Andrade (PMDB-MG). À época, o foco do acordo do publicitário era a delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral, na qual Aécio é acusado de pedir mais prazo, na CPI dos Correios, para que fossem entregues as informações do Banco Rural para maquiar documentos.

Aécio Neves teria dito, na sede do governo de Minas Gerais, que o tempo extra foi uma estratégia para “maquiar” os dados do Banco Rural que “atingiriam em cheio as pessoas de Aécio Neves e Clésio Andrade, governador e vice-governador de Minas Gerais (na época)”.

Valério e o Mensalão Mineiro do PSDB

O mensalão mineiro envolve denúncias de peculato e lavagem de dinheiro durante a campanha à reeleição do governador Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998. Um dos fundadores do PSDB e ex-presidente da legenda, Azeredo já foi condenado em primeira instância à pena de 20 anos e 10 meses de prisão. Ele entrou com recurso no TJMG e aguarda o julgamento em liberdade.

Marcos Valério é apontado como operador desse esquema. O publicitário já está preso por ter sido condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão, no qual foram condenados políticos do PT, PMDB, PP, PTB e do extinto PL. Valério cumpre pena de 37 anos pelos crimes de corrupção ativa, peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

O publicitário também é réu em processo da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. Ele é acusado de lavagem de dinheiro.A Agência Brasil tentou contato com o advogado de Valério, Jean Robert Kobayashi Júnior, mas não obteve sucesso.