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Lava Jato: Emilio Odebrecht e Cardozo prestam depoimento a Sergio Moro

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O juiz federal Sérgio Moro ouviu nesta segunda-feira (13) o empresário Emilio Odebrecht, dono do Grupo Odebrecht, como testemunha de defesa de seu filho, o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015 na Lava Jato. O depoimento de Emilio será mantido sob sigilo, como informou a Justiça Federal do Paraná.

A audiência sobre suposto pagamento de propina da Odebrecht ao ex-ministro Antônio Palocci, em troca de contratos com a Petrobras, teve como testemunha do ex-ministro da Fazenda do governo Lula o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.

Cardozo falou por cerca de 15 minutos e foi questionado se a prática de caixa 2 no Brasil é difundida, como ele afirmou em entrevista aos jornalistas após o depoimento. O ex-ministro disse que o caixa 2, corrupção e lavagem de dinheiro são "coisas diferentes" e que essas são "questões históricas e estruturais" no país.

"Tudo é ilegal. Mas é importante precisar qual é a ilegalidade que se coloca. Caixa 2 é ilegal, é, é recriminável, é, eticamente reprovável, é, mas não se confunde necessariamente com corrupção ou lavagem de dinheiro. Pode se confundir, pode. É frequente até que isso ocorra, sim. Pelo menos, é isso que se sabe ao longo da história brasileira. Agora, que são coisas diferentes, sem sombra de dúvidas são", afirmou Cardozo.

>> Odebrecht: como uma empresa destrói um país, mas continua existindo?

Outras 15 pessoas prestarão depoimento nesta segunda-feira. Entre elas, o vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, também como testemunha de Palocci. Moro começará a ouvir os réus no dia 31 de março. Esta fase deve terminar no dia 19 de abril, com os depoimentos de Palocci e do assessor dele, Branislav Kontic.