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Mulheres continuam em frente aos batalhões e policiais não voltam às ruas no ES

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Fracassou o acordo anunciado na noite desta sexta-feira (10) pelo governo do Espírito Santo para que os policiais militares suspendessem a paralisação e voltassem às atividades. Na manhã deste sábado (11), as mulheres e mães de agentes da segurança pública continuaram acampadas em frente aos batalhões, dando continuidade aos protestos que já duram oito dias. Elas dizem que não vão recuar do ato por melhores salários e permanecem bloqueando a saída dos policiais.

Às 8h, dezenas de policiais que estavam na rampa de acesso ao batalhão e esperavam para sair retornaram ao prédio do Comando-Geral. Aos gritos de “guerreiros”, eles foram muito aplaudidos pelas manifestantes. As viaturas do Batalhão de Missões Especiais (BME), elite da PM do estado, também permanecem dentro do quartel.

Após anunciar que havia firmado acordo para o fim da greve com entidades representantes dos policiais, o governo informou no fim da noite de ontem que aqueles que retornassem a manhã deste sábado não seriam punidos administrativamente.

>> Espírito Santo indicia 703 PMs por crime de revolta

Reajuste

As mulheres dos policiais não participaram da negociação com o governo. No acordo firmado na noite de ontem, o governo não concedeu aumento salarial. Na proposta apresentada pelas mulheres, elas pediam 20% de reajuste imediato e 23% de reajuste escalonado.

A aposentada Carmen Pesse, de 57 anos, mãe de um policial militar de 41 anos, que está há 19 anos na corporação, disse que as mulheres vão continuar na luta por melhores salários para os PMs. “As entidades de classe não estavam na organização. É um movimento de mulheres e familiares. O governador não poderia chamar as entidades para negociar sem a nossa presença”, disse Carmen.

“Se essas entidades realmente estivessem lutando por seus associados não precisava os familiares estarem entrando nessa luta. Quando, nós mulheres, decidimos vir para essa luta, a gente sabia que ia enfrentar muita coisa. Estamos preparadas”, acrescentou.

Pelo acordo, segundo o secretário Direitos Humanos, Julio Pompeu, os militares não sofrerão sanções administrativas caso voltem ao trabalho, mas o indiciamento de 703 policiais pelo crime militar de revolta não será suspenso. Se condenados, a pena é de oito a 20 anos de detenção em presídio militar e a expulsão da corporação. Esses policiais tiveram o ponto cortado desde sábado (4) e não vão receber salário.

Com Agência Brasil