ASSINE
search button

Citado na Lava Jato, Eunício Oliveira, do PMDB, é eleito presidente do Senado

Compartilhar

Citado na delação do ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), no âmbito das investigações da Lava Jato, Eunício Oliveira (PMDB-CE) foi eleito na noite desta quarta-feira (1ª), com 61 votos, o novo presidente do Senado, para um mandato de dois anos, e vai substituir Renan Calheiros, aclamado nesta terça-feira (31) líder da bancada do PMDB no Senado, função que era desempenhada antes por Eunício.

Tradicionalmente, o partido com a maior bancada fica com a Presidência, mas são comuns candidaturas alternativas. Eunício foi escolhido como indicação do PMDB numa reunião dos senadores do partido nesta terça-feira (31). Apenas o senador Roberto Requião (PMDB-PR) não participou do encontro que definiu Eunício como candidato. O novo presidente do Senado foi eleito em 2011 para seu primeiro mandato na Casa. Antes, foi deputado federal (1998-2010) e ministro das Comunicações (2004-2005) durante o governo Lula.

Em julho do ano passado, veio à tona outra citação a Eunício, também na Lava Jato. Em delação premiada, o ex-diretor da Hypermarcas Nelson José de Mello disse que pagou R$ 5 milhões em despesas de campanha do senador do PMDB para o governo do estado em 2014. De acordo com o delator, os pagamentos foram feitos por meio de contratos fictícios, operados pelo empresário Milton Lira, alvo de um dos mandados de busca e apreensão da Operação Sépsis, nova fase da Operação Lava Jato deflagrada nesta sexta-feira (1º).

No depoimento, Mello relatou que o lobista lhe informou que foi procurado por um sobrinho de Eunício Oliveira, chamado Ricardo, que pediu ajuda para a campanha eleitoral do tio. Devido à “posição do senador”, o delator concordou em fazer o repasse.

“Que pagou despesas de empresas que prestava serviços à campanha de Eunício Oliveira; que ajudou mediante contratos fictícios; que o contrato foi no montante de R$ 3,350 milhões; que tratou com a esposa de uma pessoa que cuidava da campanha de marketing do governador, de Salvador, que são sócias de direito de duas empresas; que essas empresas não tinham capital social suficiente para o pagamento; que ao final se providenciou uma nova nota fiscal para totalizar R$ 5 milhões.”, diz trecho do depoimento.

Eunício pode estar implicado, ainda, no esquema do ex-governador do Rio Sérgio Cabral e do governador Luiz Fernando Pezão. Advogados teriam citado o senador em petições apresentadas à Justiça Federal, com o objetivo de tentar levar o processo para tribunais superiores. O caso diz respeito à suposta propina de R$ 2 milhões a Cabral que teria sido disfarçada de doação da Andrade Gutierrez ao Diretório Nacional do PMDB na eleição de 2010. O pagamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o recibo foi assinado pelo atual presidente do Senado, à época tesoureiro do PMDB.