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Temer culpa gestão Dilma por rombo nas contas do governo

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Michel Temer disse nesta terça-feira (31), em São Paulo, ao participar da abertura da Conferência de Investimentos da América Latina 2017, que a economia brasileira tem apresentado bons resultados por causa de medidas que vêm sendo tomadas e "não por obra do acaso, mas porque quem planta responsabilidade colhe indicadores saudáveis". Sem citar a ex-presidente Dilma Rousseff, Temer responsabilizou a gestão anterior pelo rombo nos cofres do governo e defendeu as reformas trabalhista e previdenciária restabelecer o equilíbrio das finanças.

"Buscamos restituir à condução do Estado o sentido de lucidez e até, por que não dizermos, do senso comum. Demos transparência às contas públicas, passamos a encarar uma realidade que já é conhecida de todos aqui", disse o peemedebista.

Para Temer, o governo dele herdou uma "crise de proporções inéditas e 2016 foi o ano em que o Brasil não pôde fugir do encontro com a verdade fiscal". 

“O que fizemos foi recolocar o Brasil no rumo certo, compatível com a nação moderna que somos. O abatimento em que havíamos caído era de ordem psicológica, que não é nosso estado natural, porque o brasileiro é sempre entusiasmado com tudo que faz”, disse a investidores. 

Temer citou a queda de inflação, a estimativa de que a safra de grãos 2016/2017 terá recorde de 215 milhões de toneladas, aumento significativo da produção de petróleo e a geração recorde de 103 milhões de megawats/hora da Hidrelétrica de Itaipu. Temer também mencionou o bom relacionamento do governo com o Congresso Nacional. “Ao assumirmos, passamos a governar sem imposições, ouvindo e propondo. E restabelecemos o diálogo com o Congresso Nacional, estabelecendo harmonia entre poderes. O apoio do Legislativo é fundamental, por isso estabelecemos o diálogo.”

Temer disse que a inflação estava acima dos 10%, a retração da economia estava perto de 8% e desemprego de quase 12 milhões de pessoas. Ele afirmou ainda que a atitude de enfrentamento permitiu ao governo traçar diagnósticos realistas dos problemas do Brasil e que ficou claro que a crise tem origem fiscal, com um descontrole dos gastos públicos que, segundo ele, foi ignorado. A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou 2016 em 6,29%. O número ficou abaixo do teto da meta fixada pelo Banco Central (BC), de 6,5%.

O presidente ressaltou que o governo buscou dar transparência às contas públicas e enfrentou o déficit primário.

Reforma da Previdência

Temer defendeu a reforma da Previdência, que tramita no Legislativo, e a criação do teto dos gastos públicos, que entra em vigor neste ano, como medidas essenciais para reverter o déficit. De acordo com o presidente, o teto não afetará os recursos destinados para as áreas de saúde e educação.

“Definimos o teto para os gastos públicos e garantiremos a gradual correção do déficit do Estado sem prejudicar as áreas da saúde e da educação. Eu ofereço o documento que é o Orçamento deste ano, que foi aprovado, já aplicando o teto dos gastos, e que mostra que aumentamos as verbas para a saúde e a educação”.

O presidente Michel Temer destacou que não adotará medidas populistas e, sim, medidas populares, que podem aparentar dificuldade em um primeiro momento, mas que se revelam benéficas para o povo.

Ele destacou que as medidas para o ajuste fiscal não serão completas se a reforma da Previdência e a adequação das leis trabalhistas não forem implementadas.

O presidente disse que foi estabelecida uma agenda de produtividade para o Brasil. "Temos uma agenda de produtividade para o Brasil construída em torno de uma relação transparente entre Estado e empresas privadas, dando segurança jurídica para os investidores interessados no país", disse.

* Com 'Agência Brasil'