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Patrimônio ilícito de Sérgio Cabral é um ‘oceano ainda não mapeado’, diz MPF

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Durante a coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (26), a equipe responsável pela Operação Eficiência, que tem como principal alvo o empresário Eike Batista, afirmou que ainda não é possível identificar o montante do dinheiro arrecadado de forma ilícita pelo ex-governador Sérgio Cabral. “O patrimônio dos membros da organização criminosa chefiada pelo senhor Sérgio Cabral é um oceano ainda não completamente mapeado”, disse o procurador da República Leonardo Cardoso de Freitas

A operação identificou a remessa de US$ 100 milhões para contas no exterior em favor de Sérgio Cabral e seus operadores de propinas. “Eu diria que esses US$ 100 milhões é algo além do inimaginável”, disse o procurador

Operação

Em nova fase das investigações sobre a organização criminosa liderada pelo ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro pediu à Justiça a decretação de nove prisões preventivas (por tempo indeterminado), quatro conduções coercitivas e o cumprimento de buscas e apreensões em 27 endereços no Rio de Janeiro, Niterói, Miguel Pereira e Rio Bonito. Os mandados, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal/RJ, estão sendo cumpridos pela Polícia Federal nesta quinta-feira (26/01) na Operação Eficiência (desdobramento da Calicute). Foram ordenadas as prisões do empresário Eike Batista e do advogado Flávio Godinho. Cabral e outros dois réus já presos pela Operação Calicute – seus ex-assessores Carlos Miranda e o ex-secretário de governo Wilson Carlos – tiveram novas prisões decretadas (nº 0510282-12.2016.4.02.5101).

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O pedido de prisão de Eike Batista ainda não foi cumprido porque ele está fora do país. O delegado da Polícia Federal, Tácio Muzzi, disse nesta manhã que investiga informações de que o empresário teria embarcado para Nova York na terça-feira (24) com um passaporte alemão. Segundo ele, a Interpol já foi acionada para ajudar nas buscas, e a defesa de Eike afirmou que ele irá se apresentar às autoridades em breve.

Eike Batista e o advogado Flávio Godinho são investigados por corrupção ativa com o uso de contrato fictício. Também há mandados de prisão para quatro membros da organização: Álvaro Novis, Sérgio de Castro Oliveira, Thiago Aragão (Ancelmo Advogados) e Francisco Assis Neto. As conduções coercitivas se destinam à tomada dos depoimentos de Susana Neves e Maurício Cabral – ex-mulher e irmão de Cabral –, de Eduardo Plass (TAG Bank e gestora de recursos Opus) e de Luiz Arthur Andrade Correia, preso na 34ª fase da Op. Lava Jato, em setembro. As apreensões ocorrem em endereços residenciais ou comerciais de Susana Neves, Maurício Cabral e dos seis presos sem mandado anterior.