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Protestos se intensificam contra Dória em defesa de grafiteiros

Prefeito de São Paulo está em uma cruzada contra pichadores e grafiteiros desde o início do mandato

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Uma parede que tinha grafites na Avenida 23 de Maio pintada de cinza pela Prefeitura de São Paulo nos últimos dias amanheceu nesta segunda-feira (23) com manchas coloridas. As marcas feitas em diferentes cores seriam um protesto contra o prefeito João Dória (PSDB) que está em uma cruzada contra pichadores e grafiteiros desde o início do seu mandato. As manchas lembras as que já foram feitas em monumentos como a estátua de Borba Gato e o Monumento às Bandeiras.

Elas apareceram perto do Viaduto Tutoia, na Vila Mariana. Porém, ali perto, foi preservada uma pintura do muralista Eduardo Kobra que faz referência à São Paulo antiga. Haviam sido pintados 15 mil metros quadrados de paredes com grafite nos últimos anos na avenida 23 de Maio, ganhando status de o maior céu aberto da América Latina. Os murais estão sendo apagados com jatos de água ou cobertos por uma tinta cinza. Dória anunciou que a avenida terá oito espaços para os grafiteiros e vem afirmando que pichações são diferentes de grafites.

A medida do prefeito causou protestos neste domingo (22) na capital paulista. Cerca de 40 manifestantes fizeram um ato na avenida a favor dos tradicionais grafites. A manifestação saiu da Praça da Bandeira, no Centro, e ocupou uma das faixas da pista sentido Aeroporto de Congonhas da 23 de Maio. O protesto terminou de forma pacífica no Parque Ibirapuera.

Horas antes do protesto, durante agenda pública na Vila Maria, Zona Norte da capital, Doria comentou a polêmica em torno do assunto. "Pichação não é grafite nem mural. Mural e grafite são expressões de arte urbana, que nós respeitamos. Pichação, não, nós condenamos”, afirmou.

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Em 2015, um projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados ameniza a punição para quem picha edifícios e monumentos urbanos. A proposta acaba com a prisão de pichadores e estabelece como punição a prestação de serviços à comunidade por, no máximo, cinco meses.

Dória defende que “pichadores são condenados na nossa sociedade”.  

“A população não quer a pichação e não vai ter a pichação porque nós vamos fiscalizar e punir os pichadores", acrescentou. "Inclusive pedi um Projeto de Lei à Câmara Municipal de São Paulo para quintuplicar o valor da multa. E os que não puderem pagar o valor da multa, não tem problema nenhum: vão pegar pincel, tinta e limpar a porcaria que fazem na cidade de São Paulo”, finalizou.