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'Le Monde': Guerra sangrenta entre facções provoca massacres em penitenciárias do Brasil

Reportagem destaca as mais de cem mortes em apenas quinze dias

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O francês Le Monde publicou nesta segunda-feira (16) uma matéria sobre o massacre na penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, que deixou pelo menos 26 presos mortos. 

O diário destaca que no total, mais de cem pessoas morreram em 2017 vítimas de violência na cadeia no Brasil. Este é o terceiro grande motim do ano em prisões brasileiras, diz o noticiário.

A reportagem aponta que a sangrenta guerra pelo controle do tráfico de drogas no país já deixou mais de 100 mortos em 15 dias.  As forças de segurança entraram neste domingo de manhã na penitenciária de Alcaçuz, a maior do Rio Grande do Norte, cerca de 14 horas depois do início da rebelião. Um dos presos de um dos pavilhões invadiu a ala onde ficam os membros de um grupo criminoso rival. As forças de segurança cercaram o lado de fora da penitenciária e tiveram de esperar até hoje de manhã para entrar nos pavilhões com veículos blindados, já que os detentos tinham cortado a energia elétrica e estavam fortemente armados.

> > Le Monde Plus de 25 morts lors d’une nouvelle mutinerie dans une prison brésilienne

Monde ressalta que os recentes massacres são resultado da guerra entre as duas principais facções do país: o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), e acrescenta que a superlotação nas prisões não “ajuda nada”, citando o exemplo de Alcaçuz. A penitenciária abriga 1083 presos para uma capacidade de 620 lugares.

Em escala nacional, a taxa de ocupação é de 167% em relação à capacidade oficial das prisões, de acordo com os últimos números do Ministério da Justiça, lembra o Le Monde. O jornal ainda declara que uma reunião está prevista nesta terça-feira (17) no Ministério da Justiça para “examinar de maneira urgente a crise do sistema penitenciário”.

Penitenciária em Curitiba

O noticiário informa que na madrugada deste domingo (15), 28 presos também fugiram do presídio Piraquara I, em Curitiba, após um grupo de 15 cúmplices explodir um muro do centro e confrontar os policiais com armas de guerra. 

De acordo com Le Monde A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que dois homens foram abatidos durante a fuga e que outros quatro foram capturados. No lugar do confronto, foram encontrados fuzis de grande calibre e uma metralhadora Uzi.