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Temer é recebido com protestos no RS, polícia reage com gás lacrimogêneo

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O presidente Michel Temer (PMDB) foi recebido com protesto na sua primeira visita ao Rio Grande do Sul desde que assumiu a Presidência, na manhã desta segunda-feira (9).

Cerca de 150 pessoas protestavam contra Temer e o governador José Ivo Sartori (PMDB), do lado de fora do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre. Os manifestantes tentaram entrar no parque por volta das 9h30 e foram impedidos pela Brigada Militar (a PM gaúcha), que lançaram gás lacrimogêneo.

A rodovia BR-116 chegou a ser bloqueada pelos manifestantes em duas ocasiões e liberada em seguida. O evento gaúcho foi fechado para o público . O palco onde Temer discursou foi montado a cerca de um quilômetro de distância do portão de entrada do local. Antes de desembarcar em Esteio, Temer sobrevoou áreas atingidas pelas chuvas no interior do Estado.

Temer participou de uma cerimônia de anúncio de renovação da frota de ambulâncias do SAMU, com 340 veículos para o país, 61 delas para o estado do Rio Grande do Sul. Em discurso, Temer se confundiu e citou a moeda nacional como "cruzeiro", e não "real".

"Em pouquíssimo tempo [de governo], ele anunciou a economia de 800 milhões de cruzeiros, que significam novas UPAS, novas UBSs e também novas ambulâncias", disse, referindo-se ao ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Temer falou sobre crise nas penitenciárias

No evento, ele falou sobre a crise prisional no país. “Queremos construir aqui [no Rio Grande do Sul] um presídio federal de segurança máxima. E quero anunciar pela primeira vez este fato. Sei que não é nada agradável anunciar presídios, mas volto a dizer: a realidade social atual exige medidas desta natureza” disse.

O presidente lembrou que a Constituição estabelece que o preso deve cumprir a pena em estabelecimentos distintos de acordo com a natureza do delito, com a idade e com o sexo. "Isso não se cumpre no nosso país”, disse Michel Temer .“Estamos portanto determinando aos estados que haja estabelecimentos distintos. Se ele cometeu crimes de potencial ofensivo menor, vai para um estabelecimento prisional. Se cometeu potencial ofensivo muito mais violento, vai para outro estabelecimento de prisão", acrescentou o presidente, ao ressaltar a separação de detentos por crime está prevista no plano, que será enviado ao Congresso Nacional.

Temer disse que outra medida para reduzir a superlotação das penitenciárias do país é a construção de presídios estaduais. Há a previsão de novas unidades em 25 unidades da Federação.

“Espero que daqui a 20 anos quem esteja nessa tribuna venha dizer que está construindo só escolas e postos de saúde, e não presídios. Mas a realidade atual nos leva a necessidade imperiosa da construção de presídios, até para tirar [presos] daqueles presídios que cabem 700, mas têm 1,5 mil pessoas. Já mandamos verba de quase R$ 900 milhões para isso”, disse.