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Gol embarca criança desacompanhada em voo para destino errado

Pai fez relato em rede social afirmando que filho "não é mala para ser extraviado"

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O professor Wanderson Romão, de 33 anos e residente em Vitória, relatou neste sábado (3), em uma rede social, um erro cometido pela Gol envolvendo seu filho de seis anos. Ele conta que pagou para embarcar o filho na modalidade criança desacompanhada, mas que a companhia aérea embarcou o menino em um voo errado.

Wanderson comprou a passagem para que o filho, que mora com a mãe no Rio de Janeiro, embarcasse para passar o aniversário do pai no Espírito Santo. Após adquirir a passagem no valor de R$ 750 com a taxa de R$ 100 pelo serviço que a Gol oferece de embarcar menores desacompanhados, o professor afirma que o filho foi entregue às 16h pela mãe no aeroporto do Galeão aos funcionários da companhia aérea. "Nele foi colocado toda a documentação necessária: Identidade, passagens, e o documento do Juiz que permitia que ele viajasse sozinho apenas para os estados de ES, SP e RJ, onde temos familiares".

O professor conta, porém, que seu filho desapareceu. "Quem fez a descoberta desse absurdo, fui eu, o pai da criança, que ao notar o desembarque do voo que chegava em Vitória as 18h20, percebi que meu filho não havia saído do avião e não estava presente no voo 2160. Foram as piores horas da minha vida, pois percebi que meu filho havia desaparecido. De maneira racional, tive a sensação de que seria impossível que ele tenha perdido o voo e continuar ainda no Galeão, aeroporto do RJ. Aliás me lembrei que moramos no Brasil, e esse foi meu primeiro ponto de partida. Havia ainda 5 emails que monitoravam o meu filho e em 2 confirmavam que ele havia entrado no avião (voo Rio/Vitória). Daí começou o desespero e tive que descobri, onde o meu filho realmente estava", relata.

Na sala de desembarque do aeroporto de Vitória, Wanderson afirma que não teve muita ajuda de funcionários da Gol e da Infraero. "Ao questionar os funcionários da GOL, absurdamente, tive que ouvir da atendente me perguntar se eu havia comprado a passagem por Smiles!! Neste caso, eles te direcionariam para o 0800. Já passei por isso antes, quando estava no aeroporto Santos Dumont, em 2013. Bom, havia uma criança desaparecida. Ninguém estava me ajudando. Até que, enfim, acionei o agente da Polícia Federal que estava no local. Veio então o delegado do aeroporto de Vitória que entrou no Voo 2160 e não encontrou a criança".

Wanderson afirma que ligou, então, para a mãe da criança e ela voltou ao Galeão para tentar localizar o filho. Ele conta que uma supervisora da Gol foi, por fim, acionada e, depois de uma hora, obteve a informação de que os funcionários embarcaram o seu filho em um voo para Curitiba, capital do Paraná. 

"Ele fez o voo sem nenhuma pessoa ao lado da cadeira. Não havia autorização judicial para ele ir ao Paraná, apenas RJ, ES e SP. O que era para ser um voo de 45 minutos se transformou em um voo de 1 hora e meia e em um filme de terror! A criança estava com medo, havia chorado durante o voo de ida. Lembra do acompanhante da Gol e da taxa extra? Não existia acompanhante. Não tinha notícias do meu filho. Não consegui falar com ele. Aliás, em nenhum momento, alguém a Gol me ligou de Curitiba para eu falar com o meu filho. E olha que existe um telefone pendurado em seu pescoço!".

O professor afirma que a Gol deu como solução um voo de Curitiba para Vitória com conexão no Rio, mas que, por segurança, ele preferiu que o filho voltasse para o Rio de Janeiro e ficasse na cidade. "Se em um voo direto haviam perdido ele, imagina em uma conexão", relata Wanderson, informando que a criança só chegou de volta ao Rio de Janeiro às 21h. "Nunca vi um ser humano, tão inocente, puro, ser tratado com tanto desprezo, despreparo, irracionalidade, como uma espécie de uma mala que simplesmente foi extraviada".

O pai termina o relato informando que entrará com uma ação na Justiça contra a Gol.