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Cármen Lúcia recusa convite de Temer para reunião com Renan Calheiros

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A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, recusou o convite do presidente da República, Michel Temer, para uma reunião nesta quarta-feira (26) entre os chefes dos Três Poderes. A reunião também contaria com a presença do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

O convite de Temer à Cármen Lúcia foi feito nesta terça (25) pelo telefone. A reunião seria realizada no Palácio do Planalto às 11h. Por meio da assessoria, a presidente do STF disse que estava com a agenda cheia, mas que avaliaria a possibilidade.

Na última segunda (24), Renan criticou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e o juiz de primeira instância Vallisney de Souza Oliveira, pela operação no Senado que levou quatro policiais legislativos à prisão. No dia seguinte, Cármen Lúcia afirmou, sem citar nomes, que “Todas as vezes que um juiz é agredido, eu e cada um de nós juízes é agredido”.

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No fim da terça-feira, a assessoria do STF confirmava apenas uma reunião entre os chefes dos Três Poderes já marcada para a sexta, no Palácio do Itamaraty, ocasião na qual será lançado um Pacto Nacional pela Segurança Pública.

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No entanto, segundo a Folha de S. Paulo, em conversa com Temer Renan demonstrou resistência em participar desta reunião por causa da presença de Alexandre de Moraes. Temer avalia adiar a reunião para a semana que vem, pretendendo marcar um novo encontro apenas com as presenças de Renan e Cármen.

Ainda de acordo com o jornal, apesar do Planalto não gostar dos ataques feitos por Renan a Moraes, o entorno de Temer admite que o ministro causa embaraços ao governo. Mas a demissão de Moraes é tema delicado, pois passaria a impressão de que Temer cedeu às pressões de Renan e que teria a intenção de interferir na Lava Jato ao exonerar um ministro que não impôs obstáculos à operação.

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