ASSINE
search button

Sérgio Cabral presenteou sua mulher com anel de R$ 800 mil pago por Cavendish

Entre as provas apresentadas por Fernando Cavendish, a joia também foi entregue à Lava Jato

Compartilhar

Em 2009, em uma viagem para Mônaco do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), com a então primeira-dama, Adriana Ancelmo, o empreiteiro Fernando Cavendish, ex-amigo de Cabral e dono da Delta Construções, teria comprado um anel de € 220 mil (cerca de R$ 800 mil), como presente para a esposa de Cabral, que faria aniversário no dia seguinte, no dia 18 de julho de 2009.

O presente teria sido comprado por Sérgio Cabral, mas pago por Fernando Cavendish. As informações foram apuradas pelo jornal O Globo, baseadas na delação premiada de Cavendish.

O dono da Delta apresentou como prova uma foto de Cabral com Adriana, na qual o anel aparece na mão esquerda dela. A foto foi exibida para a força-tarefa da Lava-Jato no Rio e em Brasília para provar a compra. Segundo o jornal, ele também entregou a nota fiscal, o certificado de compra e o comprovante de pagamento com cartão de crédito do anel. Depois da amizade entre Cavendish e Cabral ter sido rompida, o anel foi devolvido ao empreiteiro por Paulo Fernando Magalhães Pinto, amigo do ex-governador.

A reportagem também fala de um vídeo divulgado em 2012, no qual o ex-governador Anthony Garotinho exibe Adriana com o anel no dedo. O grupo, de acordo com Cavendish, fazia um tour de dez dias pela França. A viagem foi confundida por Garotinho com outro tour do governador pela França, em setembro do mesmo ano, famosa pela sequência de fotos dos amigos empresários e secretários estaduais com guardanapos na cabeça.

O anel foi devolvido também no ano de 2012, quando Cabral rompeu com Cavendish após as revelações de que a Delta usava as empresas do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para lavar dinheiro. Esta descoberta foi um desdobramento da Operação Monte Carlo da PF, deflagrada em Goiás para desarticular uma organização que explorava máquinas caça-níqueis, e levou à prisão o diretor da Delta Centro-Oeste, Claudio Abreu.

>> Fotos de festa com Sérgio Cabral e Cavendish em Paris vazam na internet

>> Com blindagem da Alerj, Sérgio Cabral evitou investigação da Delta no Rio

PMDB e PSDB são citados em proposta de delação da Delta

Cavendish negocia um acordo de delação premiada no qual pretende detalhar supostos pagamentos de propinas a políticos do PMDB e do PSDB relacionados a obras nos governos de São Paulo, Rio e Goiás, de acordo com apuração do jornal O Estado de S. Paulo.

A delação envolveria também estatais federais como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Petrobras, diz a reportagem. O acordo de colaboração faz parte da Operação Saqueador, da qual o empresário foi alvo em junho deste ano.

De acordo com o jornal, são citados o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP); o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); e o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB).

>> Carlinhos Cachoeira e Fernando Cavendish são alvos de operação da PF

>> Ex-executivos da Andrade Gutierrez dizem ter pago propina a Sérgio Cabral

>> Queda de helicóptero na Bahia: Justiça deve arquivar processo