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Decisão "não causa surpresa diante de perseguição" de Moro a Lula, diz defesa

Advogados afirmam que ausência de prova em peça acusatória não impediu juiz

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A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou nesta terça-feira (20), logo após a aceitação da denúncia pelo juiz federal Sérgio Moro, contra o líder petista. Em comunicado, os advogados de Lula afirmaram que, mesmo a decisão "não causa surpresa (...) diante de todo o histórico de perseguição e violação às garantias fundamentais pelo juiz de Curitiba em relação ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva". 

"Nem mesmo os defeitos formais da peça acusatória e a ausência de uma prova contra Lula, como amplamente reconhecido pela comunidade jurídica, impediu que o referido juiz levasse adiante o que há muito havia deixado claro que faria: impor a Lula um crime que jamais praticou", ressaltam os advogados de defesa.

Na nota divulgada à imprensa, a defesa lembra que em recente entrevista o procurador Deltan Dallagnol disse que ele e Moro são "símbolos de um time" e que a declaração denota a falta de isenção no processo contra o ex-presidente.

"Esse é um processo sem juiz enquanto agente desinteressado e garantidor dos direitos fundamentais. Em junho, em entrevista, o procurador da República Deltan Dallagnol reconheceu que ele e o juiz de Curitiba são "símbolos de um time", o que é inaceitável e viola não apenas a legislação processual, mas a garantia de um processo justo, garantia essa assegurada pela Constituição Federal e pelos Tratados Internacionais que o Brasil se obrigou a cumprir".

Os advogados afirmam, ainda, que já apresentaram à Justiça no dia 5 de julho uma exceção de suspeição para que se reconheça que Moro perdeu a imparcialidade e o desinteresse no processo contra Lula.

"Apresentamos uma exceção de suspeição - ainda não julgada - e temos convicção nos seus fundamentos. Esperamos que a Justiça brasileira, através dos órgãos competentes, reconheça que o juiz de Curitiba perdeu sua imparcialidade para julgar Lula, após ter praticado diversos atos que violaram as garantias fundamentais do ex-Presidente".