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PGR pode endurecer em eventual delação de Eduardo Cunha

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Uma eventual delação premiada de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pode não ser tão fácil em termos de benefícios para o ex-deputado, cujo mandato foi cassado nesta segunda-feira (12). De acordo com membros da Procuradoria-Geral da República (PGR) ouvidos pela Folha de S.Paulo, a tendência é que o Ministério Público Federal (MPF) endureça nas negociações.

Diante do histórico de Eduardo Cunha e suas brigas públicas com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, procuradores avaliam que a delação seria desgastante para a imagem do MPF. Algumas das condições postas na mesa para Eduardo Cunha seria que ele apresentasse um grande volume de provas documentais, restituísse pelo menos R$ 150 milhões de desvios da Petrobras e cumprisse alguns anos de prisão em regime fechado.

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Embora Cunha não admita, sua principal preocupação, assim como a de seus advogados, é o fato de que agora o ex-parlamentar não tem mais foro privilegiado e deixa, portanto, de ser julgado no Supremo Tribunal Federal (STF), onde é réu por corrupção, lavagem de dinheiro e ocultação de contas no exterior, para ficar nas mãos do juiz federal Sérgio Moro, coordenador da Lava Jato. Nesse sentido, a delação premiada seria uma estratégia que vem sendo considerada cada dia mais provável.

Minutos depois de sua cassação, em entrevista coletiva na Câmara, Eduardo Cunha afirmou que não fará delação e que pretende escrever um livro contando conversas de bastidores do impeachment de Dilma Rousseff, que podem envolver, inclusive, pessoas ligadas ao governo de Michel Temer, por quem o peemedebista cassado diz ter sido abandonado.