O senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse nesta segunda-feira (29), na sessão de julgamento da presidente Dilma Rousseff, que não é a chefe do Executivo que está sendo julgada, mas a democracia brasileira. Crítico do processo de impeachment, Requião disse que seu sentimento é de constrangimento.
“Hoje eu falo constrangido, pois não é a presidente [Dilma Rousseff] que está sendo julgada no Senado, é a democracia que está sendo julgada, é um projeto soberano de construção do Brasil”, afirmou Requião.
Para o senador do PMDB, Dilma não cometeu qualquer crime que possa justificar o impeachment. As pressões para a saída da presidente vêm da insatisfação do poder econômico, no sentido de revogar direitos de aposentados e trabalhadores, além de cortar investimentos públicos em saúde e educação, defendeu Requião.
Na avaliação do senador, o capital especulativo, tendo seus interesses contrariados, reage promovendo a precarização do Executivo, do Parlamento e das relações de trabalho.
"Reverter direitos é o caminho da alternativa", afirmou o parlamentar.
Ao agradecer o apoio recebido de Requião, Dilma Rousseff disse ser preciso repensar as relações existentes entre política e interesses econômicos, voltando a reafirmar que sempre agiu de acordo com a legislação do país.
"Foi um processo transparente e claramente compatível com todas as previsões legais e práticas adotadas até então", afirmou a presidente, fazendo referência à edição de decretos de suplementação orçamentária, citados na acusação contra ela.
Com Agência Senado