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'La Nacion': Temer envolvido em Petrolão aumenta instabilidade política

Reportagem conta que Odebrecht citou presidente interino 

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Matéria publicada neste domingo (7) pelo jornal argentino La Nacion conta que as últimas revelações à justiça feitas no acordo de delação premiada concedido a Marcelo Odebrecht, um dos principais empresários do Brasil, ameaçam a integridade de Michel Temer, presidente interino do Brasil. 

A reportagem do La Nacion afirma que Marcelo Odebrecht, ex-diretor do conglomerado que leva o nome de sua família, contou que Temer e Eliseu Padilha, seu chefe de gabinete, teriam se beneficiado de supostos pagamentos em esquema de corrupção da Petrobras.

Odebrecht, que está preso desde junho do ano passado, está a negociando uma possível redução na sua sentença com os promotores que conduzem as investigações sobre o "Petrolão", informando detalhes sobre as transações ilegais. 

De acordo com o texto do La Nacion, o empresário disse à Justiça que em maio 2014 Temer, então vice-presidente de Dilma Rousseff, chamou-o para uma reunião no Palácio do Jaburu, em que também esteve presente Padilha, e sugeriu o pagamento de um "apoio financeiro" para a campanha de PMDB para as eleições gerais em outubro daquele ano.

> > La Nacion Involucran a Temer en el petrolão

O jornal argentino acrescenta que Marcelo Odebrecht concordou em fazer uma "contribuição" de 10 milhões de reais (cerca de US $ 3,1 milhões), e o dinheiro que teria sido entregue ao PMDB entre agosto e setembro de 2014. Seis milhões de reais (US $ 1 , 26 milhões de dólares) foram alocados para a campanha de Paulo Skaf, presidente da poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e então candidato a governador de São Paulo, que, novamente de acordo com as últimas revelações, teria enviado o restante para as mãos de Padilha, que era vice na época.

A placa Rousseff-Temer foi reeleita em outubro de 2014, mas alguns meses depois o governo entrou em uma crise política aguda, o que levou ao processo de impeachment de Dilma pela manipulação das contas públicas, fala o La Nacion.

Dilma foi suspensa das suas funções em maio passado 12 e Temer, em meio a acusações de "golpe" e "traidor", tomou o poder de forma interina. 

Através de um comunicado, o porta-voz de Temer reconheceu que "o presidente se reuniu com Marcelo Odebrecht em 2014, quando eles tentaram uma assistência financeira para as campanhas do PMDB, como é permitido pela legislação". 

La Nacion finaliza que tais revelações abalam o governo de Temer, que desde seu início já passa por sérias turbulências, tendo a demissão de três ministros e envolvimento de homens de confiança do presidente em escândalos de corrupção.