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Prestes a completar 20 anos, denúncias do trensalão ainda repercutem

Até o momento, nenhum político com foro responde a processos na Justiça

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Escândalo mais antigo que o Mensalão e lista de Furnas, o trensalão parece estar longe de ter um desfecho na Justiça e mandar os responsáveis para a cadeia.

Os primeiros indícios de pagamentos de propina e formação de cartel para disputar licitações do Metrô e da CPTM no Estado de São Paulo surgiram em 1997, ainda no governo do tucano Mário Covas, morto em 2001. 

À época, a Polícia Federal indiciou 10 pessoas ligadas à gestão do governador. Quase dez anos depois, em 2008, o caso voltou a repercutir após um funcionário da Siemens detalhar o esquema de propinas pagas pela empresa Alstom. Logo após, a Siemens procurou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Carf) para delatar a existência do cartel.

De lá para cá, mais de uma dezena de processos sobre o caso tramitam na Justiça. A maioria das ações aborda contratos superfaturados para reforma e manutenção de trens. Até agora, apenas executivos das empresas envolvidas respondem a processos na Justiça. Nenhum político foi denunciado. 

Em setembro de 2015, o Ministério Público de São Paulo pediu à Justiça a devolução de R$ 1 bilhão e a dissolução de nove grupos empresariais por conta das denúncias de cartel em contratos firmados em outubro de 2007 a 2012. A ação inclui as multinacionais Siemens, Alstom, Bombardier e CAF do Brasil. 

Em março deste ano, a Justiça aceitou a denúncia contra sete executivos da Alstom e CAF. Da primeira, foram denunciados Antonio Oporto Del Olmo, Cesar Ponce de Leon, Isidro Ramon Fondevilla Quinonero, Luiz Fernando Ferrari e Wagner Tadeu Ribeiro. Da CAF, Agenor Marinho Contente Filho e Guzmán Martín Diaz sofreram denúncia.