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Nova fase da Lava Jato prende aliado de Cunha e foca JBS, dona da Friboi

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A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (1º) mais uma fase da Operação Lava Jato, batizada de Sépsis, com base em delação do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, aliado do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A PF cumpre mandados em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Brasília. As empresas do grupo JBS Friboi estão entre os alvos. 

O corretor Lúcio Bolonha Funaro, também aliado de Eduardo Cunha, foi preso. Ele vinha tentando negociar um acordo de delação com a Procuradoria-Geral da República. 

No total, estão sendo cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, sendo 12 em São Paulo, dois no Rio de Janeiro, três em Pernambuco e dois no Distrito Federal.

A PF realizou buscas na sede da empresa e na casa dono do grupo, Joesley Batista, em São Paulo. Outros alvos de buscas são o empresário Henrique Constantino, herdeiro da Gol Linhas Aéreas, e o lobista Milton Lyra. 

Há suspeitas de que a JBS tenha pagado propina, por meio de Funaro, para obter recursos do fundo de investimentos do FGTS. A empresa Eldorado Brasil Celulose, ligada ao mesmo grupo da JBS, o J&F, fez uma emissão de títulos de dívida de R$ 940 milhões em dezembro de 2012. O FI-FGTS aportou recursos nessas debêntures.

A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavaski, relator da Lava Jato. A ação também tem fatos ligados à delação premiada do ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas Nelson Mello

As buscas da PF na sede do grupo J&F, controlador da JBS, concentraram-se na empresa Eldorado Brasil Celulose, que se beneficiou de recursos do FGTS e está no alvo das suspeitas dos investigadores.

>> Empresa de Eike Batista pagou propina a Eduardo Cunha, diz delator

CPIs

Algumas das empresas de Funaro foram investigadas pela CPI dos Correios, que investigou relações entre o mensalão e irregularidades em fundos de pensão.  Ele também foi convocado pela CPI das ONGs, que investigava a liberação de recursos públicos para organizações não governamentais no Brasil.

A Via Rondon enviou nota de posicionamento sobre a operação:

A Via Rondon informa que, um de seus diretores, Henrique Constantino, foi procurado na manhã desta sexta-feira pelo MPF para apresentar a documentação pertinente a empréstimo tomado junto ao Fundo Investimentos FGTS, solicitação esta que foi prontamente atendida. Ressaltamos que a solicitação do MPF está relacionada unicamente com a Via Rondon e não possui qualquer relação com outras empresas da família Constantino.