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Em delação, Machado diz que repassou propina para PMDB, PT, PSDB e DEM 

Peemedebistas foram os mais beneficiados, tendo arrecado R$ 100 milhões

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O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou, em sua delação premiada, que fez o repasse de propina para pelo menos 20 políticos de diferentes partidos, dentre os quais PMDB, PT, PSDB e DEM. Fiador político da indicação para a presidência da Transpetro, o PMDB foi o que mais arrecadou: R$ 100 milhões.

A lista de políticos entregue por Machado inclui o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), o ex-senador Sérgio Guerra (PSDB-PE, morto em 2014), o senador José Agripino Maia (DEM-RN) e o deputado Felipe Maia (DEM-RN). Há, ainda, os que o procuraram pedindo recursos: Renan Calheiros (PMDB-AL), Jader Barbalho (PMDB-PA), Edison Lobão (PMDB-MA), Romero Jucá (PMDB-RR) e José Sarney (PMDB-AP), além dos parlamentares e ex-parlamentares Cândido Vaccarezza (PT-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Luiz Sérgio (PT-RJ), Edson Santos (PT-RJ), Francisco Dornelles (PP-RJ), Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Ideli Salvatti (PT-SC), Jorge Bittar (PT-RJ), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Valter Alves (PMDB-RN) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

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Os pedidos de doações era realizados pelos próprios políticos. Machado, então, solicitava o repasse às empreiteiras que tinham contratos com a Transpetro: "Embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam ao procurarem o depoente que não obteriam dele doação com recursos do próprio, enquanto pessoa física, nem da Transpetro, e sim de empresas que tinham relacionamento contratual com a Transpetro", afirmou.

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Além de ter afirmado que Renan, Jucá e Sarney receberam tanto por doações oficiais como em dinheiro em espécie, o ex-presidente da Transpetro relatou que as empresas Camargo Corrêa, Galvão Engenharia, Queiroz Galvão, NM Engenharia, Estre Ambiental, Polidutos, Essencis Soluções Ambientais, Lumina Resíduos Industriais e Estaleiro Rio Tietê foram as que aceitavam fazer pagamentos de propinas referentes aos contratos.

Renan e Jandira Feghali se manifestaram a respeito das informações em delação

O presidente do Senado, Renan Calheiros, disse que "jamais recebeu recursos de caixa dois ou vantagens de quem quer que seja" e que suas doações de campanhas eleitorais ocorreram na forma da Lei, com as prestações de contas aprovadas pela Justiça.

Renan disse, ainda, que não conhece Felipe Parente e nenhum dos filhos de Sérgio Machado e que "jamais credenciou, autorizou ou consentiu que terceiras pessoas falassem em seu nome em qualquer circunstância e que não indicou o delator Machado para Transpetro, como afirmou o próprio Sérgio Machado".

A deputada federal Jandira Feghali afirmou que nunca negou que esteve com o então presidente da Transpetro em algumas ocasiões. "Foram encontros públicos, reuniões do setor da indústria naval, inaugurações, episódios vinculados aos mais de 30 anos de luta em apoio e soerguimento do setor naval e defesa de seus trabalhadores".

A deputada disse que suas doações de campanha foram registradas e aprovadas pela Justiça Federal e nunca não conhece tampouco participou de conduta ou esquema criminoso envolvendo a Transpetro e que "jamais aceitaria doações se pudesse supor serem de origem ilícita"

"Repudio a tentativa de criminalizar as doações feitas segundo as leis à época vigentes, portanto legais e públicas e qualquer tentativa de vincular meu nome ao recebimento de propina. O autor de tais afirmações será criminalmente processado por calúnia e difamação", conclui Jandira.