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Marina Silva queria evitar elo com empreiteira, diz sócio da OAS

Representantes da ex-candidata teriam pedido contribuição para o caixa dois

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O empresário Léo Pinheiro, um dos sócios do grupo OAS, disse durante negociações para acordo de delação premiada na Lava Jato que representantes de Marina Silva lhe pediram contribuição para o caixa dois da campanha presidencial em 2010, porque ela não queria aparecer associada a empreiteiras.

De acordo com ele, a contribuição teria sido solicitada por Guilherme Leal, sócio da Natura e um dos principais apoiadores de Marina entre empresários, e Alfredo Sirkis, um dos coordenadores da campanha do PV. Marina se candidatou naquele ano pelo PV, e ficou em terceiro lugar. As informações da Folha.

Leal era candidato a vice na chapa de Marina em 2010. Ele informou que recebeu Léo em maio daquele ano em seu escritório, em São Paulo, levado por Sirkis. A OAS fez uma doação legal ao PV do Rio, de R$ 400 mil, de acordo com o ex-deputado.

Marina Silva, Guilherme Leal e Alfredo Sirkis negam que tenham pedido e recebido contribuição de Léo Pinheiro, da OAS, para o caixa dois da campanha de 2010. "Disse-lhe expressamente que eventual contribuição seria bem-vinda, sem qualquer contrapartida ou compromisso, nos estritos termos da lei, isto é, com o devido registro no Tribunal Superior Eleitoral", disse Leal ao jornal paulista. Ele rebateu Leal a versão de pedido de caixa dois. "Isso é mentira. Repudio com veemência este tipo de ataque à minha honra."

Marina ressaltou em nota que apoia a Operação Lava Jato. "Nunca usei um real em minhas campanhas que não tivesse sido regularmente declarado", disse. "Não acredito que nenhum dirigente do PV possa ter usado meu nome sem ter me dado conhecimento, ainda mais para fins ilícitos."

"Posso assegurar à opinião pública brasileira que, neste momento em que a sarjeta da política já esta repleta de denunciados, o melhor caminho é confiar no trabalho do Ministério Público e da Polícia Federal", completou Marina.

Marina e o ex-presidente Lula lideram a pesquisa Datafolha para a disputa presidencial em 2018, de acordo com levantamento de abril, com 20% das intenções de voto.

Criticada anteriormente por ambientalistas por aceitar doações de empresas poluidoras que não seguem à risca a legislação ambiental, como mineradores, Marina explicava que a campanha havia sido curta e que não houve tempo para mobilizar apoiadores.

>> José Serra é citado em negociação de delação premiada da OAS