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Janot pede ao Supremo continuidade de inquérito contra Aécio Neves

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou quarta-feira (1º) ao Supremo Tribunal Federal (STF) manifestação a favor do prosseguimento do inquérito que investiga o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Segundo o procurador, há novas provas sobre os supostos crimes cometidos pelo senador em Furnas, empresa subsidiária da Eletrobrás.

Há duas semanas, o ministro Gilmar Mendes, relator da investigação, suspendeu as diligências e devolveu o processo para Janot. Ao decidir a questão, Mendes entendeu que não há fatos para uma nova investigação contra o senador, sendo que o procurador pediu o arquivamento de um primeiro pedido em março do ano passado.

Na manifestação, além de indicar que há novas provas para o prosseguimento do inquérito, Janot diz que o ministro não pode se recusar a dar prosseguimento ao inquérito sem a anuência da procuradoria.  Entre as provas estão os depoimentos do ex-senador Delcídio do Amaral, nos quais Aécio foi citado como recebedor de “pagamentos ilícitos”, pagos, segundo ele, pagos ex-diretor de Furnas Dimas Toledo.

“Ao assim agir, o Poder Judiciário estará despindo-se de sua necessária imparcialidade e usurpando uma atribuição própria do Ministério Público, sujeito processual a quem toca promover a ação penal e, antes disso, munir-se do substrato probatório que o autorize a exercer, responsavelmente, seu múnus [dever]", sustenta Janot.

Em nota, a assessoria do senador informou que as acusações são falsas e foram arquivadas pelo próprio procurador, mas ressalta que o parlamentar vai prestar novamente todas as informações solicitadas para esclarecer a questão.

Gilmar Mendes suspendeu investigação contra Aécio Neves

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, determinou no dia 12 de maio a suspensão das investigações contra o senador mineiro Aécio Neves (PSDB). A decisão veio menos de 24 horas da apresentação da defesa do senador. Aécio é suspeito de participação no esquema de desvio de dinheiro de Furnas.

A abertura de investigação havia sido pedida na semana anterior pelo Ministério Público Federal (MPF). Gilmar queria que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informasse se a abertura de inquérito é realmente necessária. O pedido foi enviado de volta para Janot para reavaliação.

No despacho de suspensão da investigação, o ministro do Supremo acatou os argumentos da defesa de Aécio Neves. Os advogados do senador sustentaram que as suspeitas se basearam apenas na delação do ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS). A defesa de Aécio afirmava que o ministro Teori Zavascki já havia arquivado investigação baseada em declarações do doleiro Alberto Youssef contra o tucano.

Delcídio do Amaral, em acordo de delação premiada, denunciou que o tucano foi beneficiário de corrupção na estatal. O esquema teria sido coordenado por Dimas Toledo, aliado de Aécio, e ex-diretor de Engenharia da Furnas. Gilmar chegou a autorizar, a pedido do procurador-geral da República, o desarquivamento da citação feita por Yousseff. Yousseff afirmou, também em delação, que Aécio se beneficiou de propinas pagas pela empresa Bauruense, que prestava serviços a Furnas. A irmã de Aécio, Andrea Neves, intermediava o suposto pagamento.

Com Agência Brasil