ASSINE
search button

Dilma: "Querem chegar e sentar na minha cadeira, mas sem voto"

Em Salvador, presidente voltou a dizer que impeachment é tentativa de eleição indireta

Compartilhar

A presidente Dilma Rousseff reiterou, nesta terça-feira (26), durante entrega de 2.600 moradias do programa Minha Casa Minha Vida, o discurso de que a oposição quer uma eleição indireta para a Presidência da República e, por isso, patrocinam o seu impeachment -- que ela classificou como "golpe" -- no Congresso Nacional. 

"Esse impeachment sem crime, esse impeachment que é golpe. Na verdade, ele é uma tentativa de fazer uma eleição indireta por aqueles que não têm voto. Se eles querem chegar ao poder e não tem crime, só tem um caminho: disputem eleições, vão para a frente do povo e digam o que vocês querem. O que eles querem é chegar e sentar na minha cadeira, mas sem voto. Isso é muito confortável. Você não tem que prestar conta para o povo brasileiro. Não tem que explicar o que vão fazer os programas sociais", afirmou, duramente, a presidente, alertando para cortes em programas sociais em eventual governo do vice Michel Temer.

Dilma disse, também, que é acusada por algo praticado no país desde 1994. "Essa conta que a gente faz -- eu pago para a Caixa e ela paga para mim -- existe desde 1994. Passou 1995, 1996, chegamos nos anos 2000, 2001. Entrou no meu governo, não era crime. Aí em 2014, em 2015 virou crime. E isso significa o que? Dois pesos e duas medidas. Significa injustiça", argumentou a presidente, sendo aplaudida e recebida com flores nos condomínios Residencial Coração de Maria e Lagoa da Paixão, onde fez a entrega das habitações.

>>Renan Calheiros encontra Lula, Dilma e Michel Temer nesta terça e amanhã

A presidente disse achar estranho que não há acusações contra ela, enquanto há crimes de corrupção contra os que a acusam. "O mais estranho é que quem me julga é corrupto. Essa pessoa, que é o presidente da Câmara, é uma pessoa que todo mundo sabe no Brasil que tem conta no exterior, é acusado pela Procuradora-geral da República", disse Dilma, em referência a Eduardo Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) na operação Lava Jato.