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Cristovam reitera voto pela abertura do processo de impeachment

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O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) anunciou em Plenário, nesta sexta-feira (22), que votará pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, embora ainda não tenha posição sobre a fase seguinte, o julgamento em si do pedido. Ao justificar sua posição, ele disse que os senadores não podem “rasgar”, sem analisar o mérito, o pedido com apoio de 367 deputados. Reconheceu, contudo, que constrange a forma como o processo foi votado na Câmara dos Deputados e o fato de chegar ao Senado com a assinatura do deputado Eduardo Cunha, o presidente daquela Casa.

— É a mesma assinatura que assina cheques em contas secretas escondidas na Suíça, a mesma assinatura que maneja milhões de dólares e euros em contas secretas, que ele disse não tinha. Isso me constrange! — afirmou.

Cristovam mais uma vez contestou que o processo do impeachment seja um golpe, argumento sustentado pelos partidários da presidente Dilma. Afirmou, porém, que a existência de crime de responsabilidade, argumento que serve de base ao pedido, precisa ser verdadeiramente comprovada.

— Nem pode ser golpe, nem parecer golpe e tampouco ter cheiro de golpe. Para isso, é preciso estar muito claro o que houve e sabermos explicar ao povo o que houve. E aí alguns podem espernear, mas é um esperneio que será feito por alguns, e não pela população.

Chegada de Cabral

No discurso, Cristovam lembrou ainda os 516 anos da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, o chamado descobrimento do país. Disse que a data merece reflexão sobre os avanços, como uma sólida democracia, mas sobretudo sobre o que deixou de ser feito e que se retrata no atraso educacional, tecnológico e nas profundas desigualdades sociais.

— Nós fizemos uma democracia, é verdade, mas com corrupção espalhada, generalizada, ao longo dos séculos e que aflora agora de uma maneira tão forte. E nós fizemos uma democracia com essa falha imensa de chegarmos a este momento e temos que escolher se interrompemos ou não o mandato da presidente – salientou.