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Movimentação na casa de Michel Temer segue intensa neste feriado

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As visitas à residência do vice-presidente Michel Temer (PMDB) em São Paulo seguem intensas neste feriado, 21 de abril. O ex-ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, visita Temer novamente, após a ida da véspera. Temer, que assume interinamente a presidência devido à viagem da presidente Dilma Rousseff a Nova York, informou que vai permanecer em São Paulo e que não tem compromissos oficiais na agenda. 

Em frente à casa de Michel Temer, que fica no bairro de Pinheiros, houve manifestação do Levante Popular da Juventude, que gritou palavras de ordem contra Temer e a articulação para montar uma equipe para um eventual novo governo. Faixas, cartazes em postes e mensagens pintadas no chão chamam o vice de "golpista". O ato terminou por volta das 9h.

Nesta quarta-feira (20), o vice recebeu membros do PMDB em um escritório do partido no bairro Alto de Pinheiros, Zona Oeste paulistana. Participaram do encontro o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e os ex-ministros Eliseu Padilha, Moreira Franco e Geddel Vieira Lima. No dia anterior,  foi visitado em sua casa pelo secretário de Estado da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes.

O ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira, ao chegar à reunião de quarta-feira, atacou a postura da presidenta Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Eu acho que, sobretudo a presidente Dilma, tem que parar com essa história de querer se vitimizar, de denegrir a imagem do Brasil. O que a presidente Dilma tem que fazer é respeitar a Constituição e parar com essa conversa fiada de que houve golpe”, destacou o ex-ministro, em meio a publicações que alertam sobre um "golpe" no Brasil na imprensa estrangeira.

Na segunda-feira (18), ao comentar a votação na Câmara dos Deputados, que determinou abertura do processo de impeachment, a presidenta Dilma disse, sem nominá-lo, que Temer conspirou contra seu mandato.

“Acredito que é importante reconhecer que é extremamente inusitado e estranho, mas, sobretudo é estarrecedor que um vice-presidente em exercício de seu mandato conspire contra a presidente abertamente. Em nenhuma democracia do mundo uma pessoa que fizesse isso seria respeitada. A sociedade não gosta de traidores”, disse em pronunciamento.

Governabilidade

Para Geddel Vieira, a presidenta não tem mais condições de governar. “Ela perdeu a maioria no Congresso. Quem consegue 100 votos em uma votação importante como essa, perdeu qualquer condição de governabilidade. O povo brasileiro precisa entender que houve, sim, crime de responsabilidade. Ela feriu a Constituição, feriu a Lei de Responsabilidade Fiscal e Câmara dos Deputados já se manifestou”, disse.

O ex-ministro negou que esteja em discussão um eventual ministério de um governo pós-Dilma. “Não tenho nenhuma notícia de que o vice-presidente Michel Temer tenha tratado desse tema específico. O que eu vejo é muita especulação. Na minha avaliação não tem articulação ministerial.”

O ex-ministro Elizeu Padilha também disse que se trata de um encontro de rotina. “Nós vamos ficar pacientes e silenciosamente esperando o que acontece no Senado”, disse, repetindo as palavras de Temer. Padilha reconheceu, no entanto, que há uma disputa pelo poder em curso “A luta política é esperada”, disse.

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* Com 'Agência Brasil'