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Marido de deputada que votou 'Sim' e contra corrupção é preso por corrupção

Raquel Muniz (PSD-MG) dedicou voto a prefeito de Montes Claros: "Brasil tem jeito"

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Menos de 24 horas depois de votar a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff e discursar contra a corrupção no Plenário da Câmara, a deputada Raquel Muniz (PSD-MG) se tornou primeira-dama de um prefeito preso por corrupção. Ruy Adriano Borges Muniz (PSB), prefeito de Montes Claros (MG) foi preso nesta segunda-feira (18) pela Polícia Federal, em Brasília, na operação "Máscara da Sanidade II - Sabotadores da Saúde".

Na noite deste domingo, a parlamentar citou o marido como um exemplo de que "o Brasil tem jeito". Raquel, que votou com um enfático, "Sim, sim sim!", dedicou o voto a familiares e ao prefeito: "Meu voto é em homenagem às vítimas da BR-251. É para dizer que o Brasil tem jeito e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão".

Em nota, a Polícia Federal informou que a operação consistiu no cumprimento de oito mandados judiciais: quatro Mandados de Busca e Apreensão (residência dos acusados, prefeitura e secretaria de saúde), dois Mandados de Busca Pessoal, a fim de apreender celulares e smartphones (prefeito e secretária de saúde), além de dois Mandados de Prisão Preventiva (prefeito e secretária de saúde), expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília/DF.

De acordo com a Polícia Federal, "as investigações demonstraram que os acusados, direta e indiretamente, valendo-se de meios fraudulentos, intentaram destruir e/ou inviabilizar a existência e o funcionamento dos hospitais público (Hospital Universitário Clemente Faria) e filantrópicos (Santa Casa de Misericórdia, Fundação Aroldo Tourinho e Fundação Dilson Godinho) de Montes Claros, que atendem pelo SUS uma população de aproximadamente 1,6 milhões de pessoas, distribuídas nos 86 municípios situados no Norte de Minas Gerais".

A nota da PF afirma que de "julho de 2015 até o presente momento, o prefeito, utilizando-se indevidamente de verbas públicas para dar vazão ao seu projeto criminoso, valendo-se do cargo público ocupado, tem divulgado nos principais veículos de comunicação uma ampla e intensa campanha difamatória contra os hospitais público e filantrópico 'concorrentes', inclusive lançando mão de dados e informações falsas. Os presos, já denunciados junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de falsidade ideológica majorada (art. 299 do Código Penal), dispensa indevida de licitação pública (art. 89 da Lei 8.666/93), estelionato majorado (art. 171, § 3º), prevaricação (art. 319 do Código Penal) e peculato (art. 1º, II, do Decreto-Lei 201/67). Se condenados, as penas máximas aplicadas aos crimes ultrapassam 30 anos".