ASSINE
search button

'Clarín': Deputados aprovam impeachment de Dilma

Durante seis horas, neste domingo, os deputados votaram a favor e contra o impeachment

Compartilhar

Matéria publicada nesta domingo (17) no Clarin, conta que após mais de quarenta horas de debates e com os votos que emitiram neste domingo, os deputados autorizaram que o processo de impedimento da presidente seja enviado ao Senado, casa que decidirá o destino político de Dilma e do Brasil. 

Segundo a reportagem, foram 367 votos a favor e 137 contra a continuidade de Dilma na Presidência. Com o resultado, foi superada a margem exigida de dois terços dos votos para a admissibilidade do processo de impedimento. 

Clarín informa que os debates começaram na sexta-feira (15) e a maratona legislativa foi concluída nesta noite de domingo. As TVs mostraram como os que apoiam Dilma deixaram praças públicas às lágrimas e os que defendiam sua saída erguiam cartazes dizendo "adeus querida".

Os discursos ds parlamentares justificando seus votos causaram constrangimento entre eleitores brasileiros, que comentavam simultaneamente nas redes sociais. Muitos dos deputados, da bancada dos evangélicos, citavam o nome de Deus - às vezes em mais de uma frase - para endossar o pedido de saída de Dilma. Ex-delegados da polícia também contavam seus currículos, assim como representantes do setor rural ou da esquerda, neste caso, diziam que o Brasil está sendo alvo de um "golpe" (parlamentar).

De acordo com o jornal argentino, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, réu no processo da Lava Jato, mantinha semblante imutável mesmo quando parlamentares governistas o chamaram de "bandido", como fez o deputado Silvio Costa, do PT do B, do estado de Pernambuco.

"É uma imoralidade o que estamos vendo aqui hoje. Um bandido como o senhor Eduardo Cunha presidindo o pedido de impeachment contra uma mulher honrada como a presidente Dilma", disse Costa.

Os que defendem a saída de Dilma disseram que a economia voltará a crescer com a saída da presidente. Os eleitores reagiam, em tom crítico, nas redes sociais: "Quem votou nessa gente?" ou ainda "Deixem Deus fora disso". 

Seja como for, a expectativa é de que o mercado financeiro comemore o resultado na Câmara, já que, nos últimos tempos, o dólar subiu frente ao real cada vez que o impedimento de Dilma esteve perto.

Setores do PMDB e principalmente o vice-presidente Michel Temer também sugerem estar satisfeitos com uma disputa que passará pelo Senado e onde a expectativa é que a maioria apoie o impeachment, segundo levantamentos informais.

Mas para alguns deles falta esclarecer que o encaminhamento do processo de impeachment está ligado às "pedaladas fiscais", pouco lembradas nos discursos dos deputados, no domingo (17)e ao estancamento da economia e da política brasileiras, finaliza o Clarín.