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Deputados decidem neste domingo se denúncia contra Dilma será aceita

Previsão de Eduardo Cunha é que o resultado da votação seja conhecido às 21h

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A Câmara dos Deputados decide neste domingo (17) se aprova o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, aberto em dezembro pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Após mais de dois dias de discussão pelo plenário da Casa, o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), pela admissibilidade do impeachment, deve ir a voto a partir das 14h. A votação é aberta e cada um dos 513 deputados será chamado nominalmente para declarar sua posição. Para ser aprovado são necessários 342 votos favoráveis, ou dois terços da Casa.

Depois de quase 43 horas de trabalhos ininterruptos, a Câmara dos Deputados finalizou na madruga deste domingo (17) a fase de discussão da denúncia de crime de responsabilidade contra a presidenta Dilma Rousseff. Foi a maior sessão da história da Casa, iniciada às 8h55 da última sexta-feira (15) e encerrada às 3h42 desta madrugada. A maior sessão havia durado 22 horas, na aprovação da Medida Provisória dos Portos, em maio de 2013.

Na fase de discussão para os deputados inscritos, aberta na tarde de sábado, 249 assinaram a lista para falar e 119 subiram a tribuna. Cada um deles teve até três minutos para apresentar argumentos contra ou a favor. A oposição havia articulado para apressar os discursos e garantir a votação decisiva para este domingo.

O governo e a oposição se movimentaram intensamente neste sábado para conquistar votos, mas o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), era quem se destaca no corpo a corpo com os deputados para colocar os chamados "voláteis" do lado da aprovação do processo.

A sessão de votação será aberta com a fala do relator. O deputado Jovair Arantes terá 25 minutos para apresentar seu parecer a favor do impeachment. Depois, os 25 líderes partidários, além dos líderes do governo e da minoria, orientarão suas bancadas. A previsão de Eduardo Cunha é que o resultado da votação seja conhecido por volta das 21h.

O pedido foi feito em outubro do ano passado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr. e a advogada Janaína Pascoal.  

Ordem de votação

Depois de anunciar que a ordem de chamada da votação seria iniciada pelos deputados da Região Sul e finalizada pelos da Região Norte, Cunha recuou e decidiu, na última quinta-feira (14), que a ordem da votação será alternada, começando pelos deputados de um estado do Norte. 

De acordo com decisão de Cunha, a ordem de chamada será a seguinte: parlamentares de Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amapá, Pará, Paraná, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rondônia, Goiás, Distrito Federal, Acre, Tocantins, Mato Grosso, São Paulo, Maranhão, Ceará, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Piauí, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas.

O processo de votação deverá durar cerca de quatro horas, uma vez que cada um dos 513 deputados, segundo cálculos da presidência da Casa, gastará, em média, 30 segundos para proferir seu voto.

“Estou prevendo quatro horas [de votação]. São 513, tem segunda chamada daqueles que não compareceram, tem o tempo de deslocamento até o microfone. [Somando] o gasto com cada procedimento desse meio minuto, serão 256 minutos, o que dá 4 horas e 16 minutos”, calculou Cunha.

Com menos de 342 votos, o pedido será arquivado. Se o resultado for favorável ao texto de Arantes, o processo segue para o Senado Federal analisar o processo de impeachment. Caso os senadores também acatem o parecer do relator e decidam que deve haver um julgamento quanto ao mérito, a presidenta é afastada por 180 dias e os senadores formarão uma nova comissão para analisar a denúncia.

* Da Agência Brasil