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Vaza discurso em que Temer fala como se impeachment já tivesse sido aprovado

Vice chama para retomada do crescimento registrado "antes dessa última gestão"

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O vice-presidente Michel Temer enviou a parlamentares de seu partido (PMDB) um discurso no qual fala como se o impeachment da presidente Dilma Rousseff tivesse sido aprovado pela Câmara dos Deputados. No discurso, Temer diz estar fazendo seu primeiro "pronunciamento à nação", e que decidiu falar "agora, quando a Câmara dos Deputados decide por uma votação significativa declarar a autorização para a instauração de processo de impedimento contra a senhora presidente". 

O JB teve acesso ao áudio:

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No áudio enviado a parlamentares, Temer afirma: "Muitos me procuraram para que eu desse pelo menos uma palavra preliminar à nação brasileira, o que faço com muita modéstia, cautela, moderação mas também em face da minha condição de vice-presidente e também como substituto constitucional da senhora presidente da República".

A veracidade do áudio foi confirmada pela assessoria do vice-presidente, que acrescentou que Temer enviou "por acidente" aos aliados. "Trata-se de um exercício que o vice estava fazendo em seu celular e que foi enviado acidentalmente para a bancada". O vice fala ainda, no discurso, que é preciso ter em mente que ainda haverá "um longo processo pela frente".

Temer também faz referência ao governo de Dilma, ao afirmar que a gestão é uma exceção na retomada do crescimento e do desenvolvimento que ele quer retomar com a ajuda de todos os partidos.

"Aconteça o que acontecer no futuro, é preciso de um governo de salvação e de união nacional, é preciso que se reúnam todos os partidos políticos neste momento (...) O fundamental agora é o diálogo, em segundo lugar é a compreensão e em terceiro lugar para não enganar ninguém, ter a ideia de que vamos ter muitos sacrifícios pela frente. Sem sacrifícios não conseguimos avançar para retomar o desenvolvimento e o crescimento que pautaram a atividade do nosso país, nos últimos tempos, antes dessa última gestão. Eu não quero que isto fique em palavras vazias, tenho muito convicção de que a mudança pode gerar esperanças, e isso pode gerar investimentos não só nacionais, mas também estrangeiros", diz o vice.