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'Le Monde': Sergio Moro é um herói anticorrupção ou incendiário?

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Matéria publicada nesta sexta-feira (18) no Le Monde, questiona a conduta do celebrado juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações em torno da lava-jato, entre outras tantas, que envolvem políticos e executivos de alto poder aquisitivo do Brasil. Há dois anos a maior parte dos brasileiros nem sabia quem era Sergio Moro.

Hoje, as milhares de pessoas que têm saído às ruas para protestar contra a corrupção e o governo se unem na grande admiração pelo juiz de Maringá (PR), responsável pelas decisões da Operação Lava Jato na primeira instância. "Somos todos Moro", dizem cartazes nas manifestações por todo o país.

Segundo a reportagem, para uma grande parte da população, Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, é um herói nacional. Já simpatizantes do governo o acusam de "agir politicamente" e de inflar os ânimos da população de forma "irresponsável", favorecendo um "golpe" ao revelar o polêmico áudio de uma ligação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff, exatamente no dia marcado para a posse do ex-presidente como ministro-chefe da Casa Civil. 

O jornal francês conta, que segundo investigadores da Lava Jato, a ligação sugere que Lula foi nomeado ministro nesta quinta-feira para ter foro privilegiado e fugir do alcance de Moro. Dilma nega e acusa o juiz de "afrontar direitos e garantias da Presidência".

"Todas as medidas judiciais e administrativas cabíveis serão adotadas para a reparação da flagrante violação da lei e da Constituição cometida pelo juiz autor do vazamento", diz nota emitida pelo Palácio do Planalto.

Para Moro, "havia justa causa e autorização legal para a interceptação" e o caso seria comparável ao do presidente americano Richard Nixon, que renunciou em 1974 acusado de obstrução da Justiça.