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PMDB vai decidir em 30 dias se mantém apoio ao governo, diz Jucá

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Com grandes chances de ser reconduzido neste sábado (12) à presidência nacional do PMDB, o vice-presidente Michel Temer voltou a promover sua cartilha de propostas de governo -- o documento "Uma Ponte para o Futuro", chamado por alguns peemedebistas de "Plano Temer" -- para afirmar que seu país não pode ignorar a crise.

"Não podemos ignorar que o país que enfrenta uma gravíssima crise política e econômica. Mas não podemos deixar que esses problemas reduzam a capacidade progressiva nacional. Não podemos nos abater e nem perder a confiança no futuro, por isso o PMDB apresentou uma proposta para garantir os avanços sociais e igualdade para todos", afirmou Temer, bastante aplaudido em seguida por correligionários.

Ao Jornal do Brasil, um importante líder petista disse que "o que mais causou estranheza" na Convenção Nacional do PMDB é que "até agora não houve nenhuma moção de solidariedade ao ex-presidente Lula sobre os últimos episódios". 

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Na chegada ao evento, neste sábado, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que o PMDB optou por decidir em até 30 dias se manterá o ao governo da presidente Dilma Rousseff. Principal partido da base aliada do governo, o PMDB chega dividido à convenção entre manter o apoio ao governo ou decidir pelo afastamento.

“Vamos tirar hoje aqui um posicionamento de unidade e consistência de pensamento perante a crise que o Brasil vive. Todas as propostas de rompimento e afastamento serão recebidas e levadas em conta. Mas também estamos hoje tomando a decisão de que, em até 30 dias o Diretório Nacional vai analisar todas essas propostas e aí sim, com respaldo da unidade, tomar uma decisão que será implementada e cobrada de todos os membros do partido. Antecipar o rompimento seria quebrar o posicionamento que firmamos de não antecipar hoje aqui qualquer decisão”, disse Jucá.

Segundo o senador, o PMDB está preparado para ajudar a reconstruir o Brasil “com outras forças políticas, com outros partidos, porque, sozinho, o PMDB não pode fazer isso”. “Vamos estar atentos às manifestações de amanhã. Muitos peemedebistas estarão participando nos seus estados. Amanhã é um dia importante de cidadania. Não haverá mudança no Brasil sem a participação popular”, acrescentou Jucá.

Para o parlamentar, a convenção do PMDB não é contra Dilma, mas a favor do Brasil. “Queremos criar uma nova situação, um novo quadro para o Brasil que reverta o descrédito, a insegurança jurídica, a falta de previsibilidade na economia, o desemprego. O Brasil está regredindo. Temos que mudar isso. Vai ser uma grande construção política em conjunto com a sociedade brasileira”, afirmou Jucá.

O vice-presidente da legenda, senador Valdir Raupp (RO), voltou a defender que o partido adote no encontro uma posição de independência em relação ao governo Dilma, inclusive abrindo mão dos cargos que ocupa no Executivo. "Eu defendo a independência em relação ao governo e a entrega dos cargos. Sempre defendi que o PMDB não pode ficar simplesmente ocupando cargos no governo se tem uma candidatura própria à Presidência da República em 2018".

Raupp também comentou que é prudente esperar 30 dias para o partido tomar uma posição em relação ao governo. “Esses 30 dias são para o PMDB ver os lados da encruzilhada e ver que rumo vai tomar”, afirmou.

O vice-presidente da sigla ressaltou, no entanto, que a independência é inevitável “porque na prática ela já vem acontecendo”, principalmente, na Câmara dos Deputados. “A tendência é isso [a independência] se intensificar e fortalecer cada vez mais”.

Durante a convenção, parlamentares discursaram e pediram a saída imediata do partido da base aliada do governo. Muitos dos presentes na plateia do centro de convenções onde é realizada a convenção gritaram “Saída Já”, “Fora Dilma” e “Fora PT”.

O PMDB faz hoje convenção nacional em Brasília e deve reconduzir o vice-presidente da República, Michel Temer, à presidência nacional do partido. No total, 454 delegados vão eleger os membros do Diretório Nacional, que, por sua vez, vão escolher a nova Comissão Executiva Nacional.

Com Agência Brasil

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