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Políticos criticam condução de Lula pela PF sem provas

"Não apareceu até agora conta na Suíça em nome de Lula", destaca Milton Temer

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Políticos e jornalistas usaram as redes sociais para criticar o mandado de condução coercitiva contra o ex-presidente Luiz Inácio da Silva pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (4), enquanto outros políticos enfrentam acusações com provas efetivas sem receber o mesmo tratamento, em uma crítica a uma ação partidarizada da Operação Lava Jato. 

O ex-deputado e jornalista Milton Temer, em publicação no Facebook, declarou que não aceita "de forma natural" a máxima de que são "todos iguais perante a lei. "Não sou apóstolo de Lula. Não gosto dele, política e pessoalmente, por fatos vários que enfrentei quando militava no saudoso PT. Mas não consigo aceitar de forma natural essa 'todos são iguais perante a lei' para a condução coercitiva do ex-presidente."

"Não apareceu até agora nenhuma conta na Suíça, secreta, direta ou dissimulada, em nome de Lula. Para que haja igualdade de tratamento, mais grave é o silêncio sobre as transações transatlânticas de FHC, no cala-boca que se desdobrou por décadas, em benefício de uma ex-namorada. Quanto ao líder tucano, as provas são evidentes de uma cumplicidade explícita com a Brasif. Dólares não contabilizados rolaram durante décadas, sem nenhum controle da Receita. Só agora se tornaram públicos. Vai tudo para baixo do tapete? Ou haverá também uma "condução coercitiva" para que a Nação confirme, enfim, que as instituições republicanas se aplicam de forma semelhante a todos os brasileiros?", questionou o ex-deputado.

A professora e deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humano, criticou o "golpe" em curso em publicação no Twitter. "É março, mas o roteiro do golpe mudou. Métodos atuais usam de espetáculos policial-midiáticos. Mas a luta de classes, essa é a mesma", salientou a deputada. 

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) logo cedo também criticava a ação da Polícia Federal contra o ex-presidente Lula. "Não podemos permitir que se crie um Estado de Exceção no Brasil. Lula está sofrendo perseguição POLÍTICA. E o povo brasileiro que dele viu tantas conquistas sociais não vai esmorecer."

"Mais um passo na consolidação do estado de exceção. Sem provas, Polícia Federal amanhece com mais uma operação, desta vez o alvo é o ex presidente Lula. O maior líder popular que o Brasil já teve. O presidente que tirou o país do mapa da fome. Nossa indignação não será silenciosa. Vamos às ruas defender o estado democrático de direito. Contra as arbitrariedades. Golpe não!!!!!", completou Jandira.

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O jornalista Xico Sá também criticou a perseguição contra o ex-presidente. "Ouvi do sub do sub de Curitiba: tudo planejado, é Lula uns dias preso e depois inelegível pra 2018, eis o grande sonho burguês, ta $erto", disse. "q tudo corra bem, sem o golpismo sugerido pela imprensa burguesa. Viva Jânio de Freitas, o cara q sabe ler a história e a vida, o grande!"

"Ah, óbvio q o grande plano burguês da imprensa é Lula inelegível em 2018. ñ conseguirá ser candidato, mas o povo talvez reverta essa onda." "obvio q o objetivo é Lula preso em Curitiba etc, mas o grande desejo da Direita é Lula inelegível pra bandalheira ganhar por W/O em 2018", destacou Xico Sá

"Prender o maior presidente da historia do Brasil, nem f*, Lula foi f* e será o maior de todos, vcs sabem disso. investigaçao jornalistica no Brasil é escolha de quem vamos f* nessa hora. ai o pauteiro da Globo escolhe José Serra, por exemplo, hahaha", completou Xico Sá em uma série de publicações no Twitter. 

Para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), "não há motivos para a condução coercitiva". "Eles fazem isso porque o Lula é o maior líder popular brasileiro. Foi o maior presidente da história do país. É o nosso candidato em 2018. Eles querem, na verdade, desgastar essa imagem."

O alto representante-geral do Mercosul e ex-deputado federal Florisvaldo Fier, conhecido como Dr. Rosinha, também comentou sobre a atuação da PF: "A condução agora do Lula é um ato de violência. É um ato de se tentar justiça pelas próprias mãos", disse em vídeo. "É uma violência contra o povo brasileiro, contra o Estado de Direito e contra a democracia."

O deputado federal (PSOL-RJ) Chico Alencar, por sua vez, também por meio de publicação em redes sociais, destacou que o partido mantém sua posição de que as investigações da Operação Lava Jato têm que ser aprofundadas, "sem proteger ou perseguir ninguém". 

"O essencial a ser desvendado é o histórico e sistêmico conluio corrupto entre grandes empresas e poder político; o rigor da Justiça, em qualquer instância, deve ser o mesmo, tanto no caso do petrolão quanto do trensalão, merendão e outros escândalos, sem exceção do partido A, B ou C ou do figurão X, Y ou Z", comentou. "'Quem não deve não teme': quem é acusado, mesmo injustamente, tem que tomar a iniciativa de responder, esclarecer (e, sendo o caso, processar o caluniador). Jamais se esconder, calar, silenciar, tergiversar, como tantos fazem", completou.