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Ameaçado, Tico Santa Cruz pede à Câmara para acompanhar investigações

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Ameaçado de morte, o músico Tico Santa Cruz, da banda Detonautas, fez nesta quarta-feira (2) um pedido à Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados para que acompanhe as investigações em curso na Polícia Civil do Rio de Janeiro e no Ministério Público.

As ameaças foram feitas por meio de uma rede social, e a identificação dos perfis está sendo feita pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) fluminense.

Santa Cruz afirmou que, dos 36 perfis analisados, 25 foram selecionados para investigação como possíveis autores das ameaças.

O músico também disse que as ameaças começaram em outubro de 2015, por meio de um telefonema anônimo recebido por sua esposa.

Tolerância

O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), destacou a importância da discussão do tema, a fim de se evitar problemas maiores.

"Nós queremos que esse exemplo amplifique a necessidade de pensar em um ambiente mais saudável e tolerante, que evite a criação desse ambiente beligerante, que com certeza vai sair das redes sociais e acabar indo para as ruas", observou Pimenta.

Crimes cibernéticos

Tico Santa Cruz afirma que, além da segurança de sua família, é importante o debate sobre os crimes cibernéticos e, também por isso, trouxe a demanda à Câmara.

Segundo o músico, o Brasil ainda possui falhas na regulamentação desse tipo de crime. Ele pretende que essa iniciativa ajude também a resolução de crimes como infâmia, calúnia e difamação que agridem, diariamente, pessoas com menor visibilidade pública.

"Coloca de forma institucional, legitima, legal dentro do Parlamento, onde é a casa do povo, uma representação de que não será tolerado esse tipo de comportamento. Não só nas redes sociais, como também no dia a dia, de forma geral, na tentativa de calar e de mexer, de movimentar setores da democracia”, afirmou o músico. “Acho que foi uma conquista muito grande o direito da liberdade de expressão, acho que todos têm o direito de se posicionar, mas esse tipo de ameaça fere essa motivação de falar o que se pensa."

O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), que integra a Comissão de Direitos Humanos, queixou-se da demora dos processos em andamento na Polícia Federal. O deputado afirma que vários processos de crimes similares envolvendo integrantes da casa foram protocolados na Polícia Federal e não tiveram desdobramento até hoje.