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Pimentel aposta no trabalho para superar a crise em Minas Gerais

Diante de cenário desafiador, governador fala em empenho e dedicação

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A tragédia humana e ambiental que abateu Minas Gerais no episódio do rompimento das barragens da mineradora Samarco, em Mariana, é apenas uma das imensas dificuldades que o Estado vem sofrendo recentemente. No campo econômico, a siderúrgica Usiminas passa por um momento dramático. A produção de minério despenca, assim como a de automóveis. Tudo isso não afeta apenas a arrecadação de Minas Gerais, mas atinge em cheio o trabalhador, com empresas fechando as portas. Para enfrentar esta turbulência, o governador Fernando Pimentel vai na contramão dos que optam pelo alarde e lamentações: aposta no trabalho contra a crise.

“O único Estado que tem no seu nome de origem uma profissão é Minas Gerais. Nós somos mineiros, e mineiro significa trabalhador. Alguém disse que o primeiro nome de Minas é liberdade, mas o outro nome é trabalho. Aqui, nós superamos a crise com trabalho, com empenho e dedicação. Aí não tem crise que nos vença”, afirmou Pimentel no início deste mês, em evento realizado em Minas Gerais.

A tragédia da Samarco - uma das mais importantes empresas de Minas Gerais - deixou um rastro de 17 mortes e um impacto ambiental cuja proporção ainda está sendo dimensionada. Uma enxurrada com 55 milhões de metros cúbicos de lama invadiu o rio Doce, atingiu cidades mineiras e do Espírito Santo, até chegar ao oceano Atlântico, afetando a agropecuária, a pesca, o ecoturismo, além do abastecimento de água de municípios.

Ainda no setor, a Usiminas vem atravessando uma profunda crise nos últimos três anos, na esteira da superoferta global e baixa demanda da China, maior consumidora de commodities. No balanço divulgado nesta quinta-feira (18), o prejuízo líquido terminou o quarto trimestre em R$ 1,36 bilhão, valor mais de nove vezes maior em relação às perdas registradas no mesmo período do ano anterior, o que representa uma piora de 31,8% sobre o resultado negativo do terceiro trimestre. A Usiminas teve prejuízo bruto de R$ 66,8 milhões, contra lucro de R$ 58,2 milhões um ano antes.

Como se não bastasse, montadoras de automóveis também vêm atravessando séria crise na região. A Fiat Automóveis de Betim, na Grande Belo Horizonte, suspendeu suas atividades quatro vezes em 2015, e em 2016 já entrou mais uma vez em férias coletivas com o objetivo, segundo a empresa, de "ajustar o ritmo da fábrica à demanda de mercado."

Com todo este cenário desafiador, o governador Fernando Pimentel tem intensificado o ritmo dos trabalhos, conduzindo reuniões com demais governadores com o objetivo de traçar metas para enfrentar o momento. "Estamos tomando medidas com o objetivo de garantir aos servidores aquilo que é de direito, que é o salário deles, e garantir à população aquilo que nós queremos, que é um serviço público de qualidade, e reduzindo custos, porque a receita dos estados hoje não comporta a expansão de gastos de nenhuma espécie", ressaltou.

Pimentel reconhece que as dificuldades são inúmeras, mas encara o futuro com otimismo: "É um ano que começa com dificuldades, mas o horizonte é positivo. O Brasil é um país muito grande, muito forte, a nossa economia é muito dinâmica. Nós vamos, ao longo desse ano, sair da recessão econômica herdada de 2015."